Tradução e adaptação Sonia von Homrich
Saindo do abstrato e entrando no concreto, com a ajuda de
ideias e sentimentos que adquiri em meu sincero, profundo e amoroso estudo
sobre ‘ Conflitos E Vida ‘, enfoco a evolução, o desenvolvimento da humanidade
em seus diversos Períodos. Para entender seu progresso – que não consiste
somente nas descrições externas da História, tal qual conhecemos, ou por ex., no
atual e célere desenvolvimento da tecnologia. Sonia von Homrich
Em cada um dos grandes períodos de tempo das civilizações,
encontramos que os sentimentos e emoções, todos os conceitos e ideias do ser
humano alteraram e se renovaram durante o curso do desenvolvimento da humanidade.
Qual seria o uso de advogar a ideia de reencarnação ou re-corporificação, que
nosso espírito volta novamente aqui se não soubéssemos disso? Qual a utilidade
da reencarnação para nosso espírito e nossa alma d este retornar mais de uma
vez a um corpo físico, a não ser que nós aprendamos algo novo a cada novo
período de tempo - não somente novas
experiências, vivências, mas aprendemos realmente a sentir de forma diferente?
No que concerne às capacidades dos seres humanos, suas habilidades – no mais
íntimo da vida da sua alma, em cada período de tempo são as capacidades renovadas
e alteradas. A alma faz mais do que meramente ascender estágio por estágio
(como se imagina, uma série de degraus) porque cada vez que este ser humano
encontra novas oportunidades e através delas ele altera suas condições de vida,
então nosso espírito (Eu) e nossa alma (Astral) alteram suas condições para
adquirir algo novo, na terra. Nosso espírito e nossa alma não são meramente
guiados de uma encarnação a outra por nossos pecados e erros como muitos
afirmam. A Terra se altera em cada uma de suas condições de vida, então nossas
almas e espíritos podem a cada vez, adicionar algo novo vindo de fora. Desta forma
a alma e o espírito progridem de encarnação a encarnação e também progridem de
um período da civilização para o outro. Para se estar apto a progredir e
desenvolver, existem Seres que já atingiram altíssimos níveis de
desenvolvimento e estão de uma ou outra forma num nível superior à humanidade –
estes Seres cuidam para que algo novo sempre flua dentro da civilização
terrestre, em cada época. Não poderíamos avançar sem que um grande professor ,
um Mestre estivesse atuando. Devido ao seu alto desenvolvimento o Mestre também
está apto a receber as vivências, as experiências do mundo superior e carregá-las abaixo na
esfera de ação da vida na cultura da terra. Sempre existiram estes Seres no
desenvolvimento de nossa terra, neste desenvolvimento do pós-Atlântida, e estes
Seres eram em certos aspectos, Mestres
dos outros. Só conseguiremos compreender a natureza destes Mestres da
humanidade se conseguimos compreender claramente o caminho no qual a humanidade
progride.
Não podemos descansar satisfeitos enquanto unilateralmente
nos rendemos a certas particularidades conectadas com o mundo superior, no que
concerne à ideia geral sobre os Bodhisattvas e sua missão. Isso é que eu chamo
de sair do abstrato e chegar ao concreto e tentar penetrar nestes sublimes
assuntos. Assim não meramente aceitamos os fatos que nos são comunicados, mas tentamos em grande extensão, compreendê-los. Depois da grande catástrofe da
Atlântida, em nosso progressivo curso de evolução humana, passamos por vários
Períodos até o atual Quinto Período de Civilização pós-Atlântida, vide o
esquema abaixo.
Atlântida, Grande Catástrofe
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Períodos de Civilização
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1 Antiga Índia (Rishis)
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7.227 AC
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Câncer
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Corpo Etérico
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2 Antiga Pérsia
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5.067 AC
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Gêmeos
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Corpo Sensciente
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3 Egito-Caldeu
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2.907 AC
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Touro
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Alma Sensciente ou Emoção
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4 Greco-Latino
|
747 AC
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Aries
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Alma do Intelecto ou Razão
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5 Europa
|
1.414 AC
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Peixes
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Alma da
Consciência/Espiritual
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6 Rússia-Eslava ou
Brasileira (3)
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3.574 AC
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Aquarius
|
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7 América
|
5.743 AC
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Capricórnio
|
A ESFERA DOS BODHISATTVAS
Atualmente falamos na forma do pensar-puro (pensamento puro)
a respeito do Eu do Ser humano, do Ego e não Ego. Há 2.500 anos seria impossível
falar desse assunto, na forma do pensar-puro, em qualquer parte da Terra.
Existiu de fato um progresso real e uma alteração do desenvolvimento da
civilização que permite que hoje a humanidade compreenda as ideias do Eu e do
Ego. E para tornar isso possível não só uma individualidade resolveu encarnar
num corpo humano, mas foi também necessário que a nossa terra, em sua evolução produzisse um corpo humano capaz,
com um particular tipo de cérebro, assim
as verdades, as quais nos mundos superiores são de natureza diversa, pudessem
naquele particular tipo de cérebro tomar a forma do que chamamos de
“pensar-puro”. Assuntos eram impossíveis
de se falar 2.500 anos atrás quando
inexistiam cérebros humanos capazes de ser um instrumento para “traduzir” estas
verdades em tais pensamentos. Os Seres
que queriam descer para a nossa Terra deveriam usar os corpos disponíveis que
aquele ciclo-terrestre em si mesmo produzia. Nossa terra, todavia, através de
diferentes períodos de civilização sempre ‘forneceu’ corpos com organizações
bem diversas; somente nesta Quinta época de Civilização Pós-Atlântida (na qual
vivemos) é que tornou-se possível falar na forma do pensar-puro – a raça humana
passou a produzir os corpos necessários, com cérebros específicos. Mesmo na Era Greco-Latina teria ainda sido
impossível falar de forma semelhante entre as linhas da Teoria do Conhecimento,
pois inexistiam os instrumentos naquele período para traduzir tais pensamentos
em linguagem humana. Essa é precisamente a tarefa deste nosso Quinto Período
Pós-Atlântida – a de gradualmente formar
a organização física do ser humano em instrumento através do qual estas
verdades que em outras Eras eram compreendidas numa forma totalmente diversa, para que estas ideias possam fluir cada vez mais no pensar-puro. Considerando a questão do Bem e do Mau nos
tempos presentes, quando hesitando em
atuar desta ou daquela forma, o ser humano fala como se uma voz interior lhe
dissesse “Você não deve fazer isso. Você deve fazer aquilo”. Mas isso nada tem
a ver com alguma lei exterior. Ao ouvirmos a voz interior, distinguimos nela um
certo impulso, um incitamento para atuar de uma certa forma num caso
específico. Chamamos essa voz interior, de consciência. Se um ser humano for da
opinião que todos os diferentes períodos de desenvolvimento do ser humano eram
exatamente os mesmos, ele facilmente acreditará que desde que o ser humano
habita a Terra a consciência sempre existiu. Isso é totalmente incorreto. Podemos historicamente provar que existiu um
início do tempo quando o ser humano começou a falar de consciência. Quando isso
existiu, tornou-se evidente através dos períodos de dois poetas trágicos: Æschylos/
Ésquilo, que nasceu no século 6 AC e Eurípides 5 AC. Inexiste menção à consciência previamente.
Mesmo em Ésquilo ainda não se encontra totalmente o que seria chamado de voz da
consciência; o que ele fala ainda toma a forma de uma aparição astral,
pictórica quando Fúrias ou Eríneas seres vingadores, apareciam ao ser humano. Adveio
o tempo, todavia, quando a percepção astral da Fúria foi
alterado pela voz interior da consciência. Mesmo no período Grego-latino, no
qual uma fraca percepção astral ainda estava presente, o ser humano que cometia
um erro percebia que a cada ato errado criavam-se formas astrais no ambiente,
cuja presença o preenchia de ansiedade e medo quanto ao que ele tinha
realizado. Estas formas eram as educadoras do ser humano daqueles tempos; deram
seus impulsos a eles. Quando os humanos perderam os vestígios de sua
clarividência astral, sua percepção foi alterada para a voz invisível da
consciência; isto significa que o que antes era externo, entrou na alma e
tornou-se uma das forças interiores existentes nela, agora. A alteração que ocorreu no ser humano
devida ao curso do desenvolvimento, adveio do fato que o instrumento externo do
ser humano, no qual ele procurava incorporar, mudou. Há 600 anos, quando a alma humana cometia um erro as Fúrias
eram percebidas; não se podia então ouvir a Voz da Consciência. Desta forma
aprendeu-se a estabelecer uma relação interior em relação ao Bem e ao Mal. Esse
mesmo espírito nasceu novamente e novamente e finalmente nasceu num corpo
possuindo uma organização na qual a qualidade da consciência pode aproximar-se.
Num futuro ciclo do desenvolvimento humano outras formas e outras capacidades
serão vivenciadas pelo espírito e a alma. Entender claramente a Ciência
Espiritual permite não desenvolver uma atitude dogmática e afirmativa de que a
forma que nos é dada hoje será permanente e que será suficiente para a
humanidade no futuro que virá. Da mesma forma que há 2.500 anos as mesmas
verdades eram reveladas de outra forma, de acordo com os instrumentos que então
existiam. Mantendo isso em mente, fica claro que a humanidade falou de maneira
diversa em cada era sucessiva e que a atitude dos grandes Mestres em relação às
capacidades e qualidades do ser humano também diferiram, da mesma forma. Isso
significa que os grandes Mestres também passam, eles mesmos, por um desenvolvimento de um ciclo a outro, de
uma Era à outra. Nas eras através das quais a humanidade progride, encontramos
acima do ser humano a atividade de uma evolução progressiva dos grandes Mestres
da humanidade. Da mesma forma como o ser humano passa por certos estágios e
então chega a um turning-point, da
mesma forma o fazem os grandes Mestres.
Vivemos hoje no Quinto Período de nossa época de civilização
pós-Atlântida. Este período é uma recapitulação do terceiro, o período Egito-caldeu,
de uma certa forma. O sexto período semelhantemente irá recapitular o período
da Antiga Pérsia e o sétimo recapitulará a Antiga Índia. Os vários ciclos se sobrepõe uns aos
outros. Menos o quarto período que não
será recapitulado; ele permanece no meio – suficiente em si mesmo, podemos
assim o dizer. O que isso significa? Significa que aquilo que os seres humanos
experimentaram no período Greco-latino e só precisaram passar (por ele)uma vez
em uma época de civilização; não que eles só encarnaram uma vez nele, mas sim
que eles só experimentaram esse período de uma forma. O que foi experimentado
no Período Egito-Caldeu está sendo recapitulado agora; assim, será
experimentado de forma dupla. Há certas fases de desenvolvimento que indicam
uma espécie de crise enquanto outros períodos são em certos aspectos como o
outro, o que recapitula o outro, não da mesma forma, mas de uma forma diferente.
A maneira de desenvolvimento do ser humano na era pós-Atlântida é esta: o ser
humano passou por um certo número de encarnações no período da Velha Índia - e
vai passar por um certo número de encarnações no sétimo período, e estas posteriores
irão se assemelhar à anterior. A semelhança existe entre o segundo e o sexto –
e entre o terceiro e o quinto período. Entre estes, o quarto período, existem
um número de encarnações, que não se
assemelham uma à outra, e que, portanto, não significam uma transição. O homem
passa por um desenvolvimento descendente e ascendente. Os grandes professores
da humanidade também passam por um período que descendente e um que ascende e, diferem absolutamente nos diferentes períodos.
No entanto, o ser
humano no primeiro período pós-Atlântida
teve capacidades totalmente diferentes das que foram adquiridas posteriormente,
ele era instruído numa total e diferente maneira. Ao que devemos este fato de
que em nosso tempo atual a sabedoria esteja ‘vestida’ nas formas concisas do pensar-puro? Devemos isso às circunstâncias atuais. Em nosso período de desenvolvimento a
qualidade principal que está sendo desenvolvida
é a da Alma da Consciência/Espiritual (Desde 1923, chamada pelo Dr. Steiner de
"A Alma Espiritual"). No Período Greco-latino era formada a Alma Intelectual
ou da Razão (alma ou mente intelectual), no período Egito-Caldeu a Alma Sensciente
(traduzida por alguns como Alma da Emoção o que leva a interpretações
errôneas), na Antiga Pérsia, o Corpo Sensciente e na Antiga Índia o corpo
Etérico. Estes eram o fato principal em cada cultura, naturalmente. O que a
Alma-da-Consciência /Alma Espiritual é para nós, o corpo etérico era para os
habitantes da Antiga Índia. Eles então tinham uma maneira totalmente diversa de
apreender e compreender. Se você falasse em formas de pensar-puro na Antiga
Índia, eles não teriam a menor ideia de seu significado. Para eles estas palavras eram meros sons, sem
significado. Os grandes Mestres não ensinavam os Antigos Indianos comunicando a
sabedoria à eles na forma do pensar-puro, nem poderiam explicá-la através das
palavras faladas. Para os Antigos
Indianos os Mestres diziam muito pouco já que era a fase do corpo etérico e as
pessoas não eram receptivas à palavra que encerrava o pensar. É bem difícil para as pessoas de nosso tempo
imaginar como o ensinar acontecia nestas condições.
Na realidade, muito
pouco era falado; em vez disso, a alma ouvinte reconhecia nos nuances do som,
na forma como uma palavra era pronunciada, o que fluía do mundo espiritual para
a terra. Isso no entanto, não era o
principal. A palavra era, digamos somente para chamar a atenção, um sinal que o
relacionamento deveria agora ser estabelecido entre o Mestre e o ouvinte. Nos
tempos antigos no Período da Antiga Índia a palavra era dificilmente mais do
que um soar de sino como um sinal que algo estava para começar. Era um ponto
cristalizado em torno do qual teciam as indescritíveis correntes espirituais
que passavam do Mestre para seu discípulo.
Era de suma importância o que o Mestre via em sua personalidade
interior. Não importava o que ele dizia; as qualidades de sua alma eram de
grande importância; pois uma espécie de inspiração passava do Mestre para o
discípulo. O discípulo desenvolvendo em particular o corpo etérico, o Mestre
endereçava a si especialmente para este desenvolvimento; e era muito mais fácil
entender o que o Mestre era em si, do
que algo falado. Antes que o ser humano pudesse compreender a palavra falada,
ele passou através de subsequentes períodos da civilização. Era desnecessário
que os grandes Mestres da Antiga Índia particularmente tivessem desenvolvido a
Alma do Intelecto ou a Alma da Consciência pois estas teriam sido naquele tempo
o instrumento para o qual ele não teria uso a fazer. Uma coisa, no entanto, era necessária nestes grandes
Mestres: seus próprios corpos etéricos teriam que estar num estágio super avançado
de desenvolvimento do que o corpo etérico das pessoas. Se um grande Mestre
permanecesse no mesmo estágio de desenvolvimento das pessoas, ele jamais
produziria efeito nelas; não comunicariam mensagens do mundo superior, nem
dariam impulso ao progresso. Num certo sentido o que o ser humano teria que
crescer no futuro, primeiro teria que
ser trazido pelo Mestre. O Mestre Indiano teria que antecipar, o que as pessoas somente estariam aptas a
adquirir em subsequente períodos da civilização, a dos Antigos Persas. O que o
homem comum no período da Antiga Pérsia traria através do corpo
sensciente, o grande Mestre dos Indianos
teve que comunicar através do corpo etérico. Isto significa que o corpo etérico
de tal Mestre não funciona como os de outros seres humanos, funcionava como um
corpo sensciente que era o que se deveria alcançar na civilização persa. Se um
clarividente no sentido presente da palavra entrasse em contato com um dos
grandes professores indianos, ele diria: “Que tipo de corpo etérico é esse?”
Pois aquele corpo etérico seria semelhante ao corpo astral do Período da Antiga
Pérsia.
No entanto, não era
uma matéria simples este corpo etérico trabalhar como um corpo astral num
período posterior. Não seria trazido naquele tempo por nenhum estágio mais
avançado de desenvolvimento. Seria apenas possível através da descida de um Ser
que já tinha alcançado um estágio posterior, entre os outros, e que encarnava num corpo
humano que nem era realmente adequado nem tampouco bem adaptado para ele, mas
no qual ele era obrigado a entrar para se fazer compreendido pelos outros.
Exteriormente, ele era visto como
qualquer outro ser humano, mas interiormente era totalmente diferente. Julgar
este indivíduo pelo seu aspecto exterior significaria enganar-se totalmente; pois
enquanto a aparência externa das pessoas comuns harmoniza com seu ser interior,
no caso desses Professores estava em completa contradição. Aqui tínhamos uma
individualidade que não tinha mais nenhuma necessidade de descer à terra, de nenhuma forma, mas descia num certo estágio e tomava seu
lugar entre o povo dos Antigos Indianos, para ensiná-los. Ele descia voluntariamente, e encarnava em
forma humana, embora o Mestre fosse um Ser completamente diferente. O Mestre era um individuo de tal natureza que
o destino ao qual o ser humano normal está sujeito, porque é um ser humano, o
destino não o afetava. Um Mestre que teria um corpo e um destino externo mas que
de fato, ele não tomava parte neste destino externo; ele vivia naquele corpo
como numa casa. Quando aquele corpo morria, a morte para ele era uma
experiência bem diversa do que as de outros seres humanos. O nascimento também
era muito diverso para o Mestre assim como as experiências entre o nascimento e
a morte eram bem diversas para ele. Então este Ser trabalhava numa forma bem
diferenciada neste instrumento humano. Vamos imaginar como esta individualidade
usava por exemplo, o seu cérebro. Mesmo estando ele apto a perceber através do
corpo astral, seu cérebro estava organizado de outra forma e ainda tinha que
ser usado como um instrumento para observar as imagens através das quais as
percepções eram recebidas. Existiam dois
tipos de humanos; um o que usava seu cérebro como um ser humano comum e o que
era um Mestre, que não usava o seu cérebro nunca de forma ordinária, mas em um
certo sentido o deixava sem uso. Um
grande Mestre não precisava usar o cérebro com todos os seus detalhes; ele
sabia de coisas que outras pessoas só poderiam aprender através dos
instrumentos do cérebro. Não se tratava de uma real encarnação terrestre como a
de outrem, no sentido comum. Apresentava
uma espécie de dupla natureza; um ser espiritual vivia nesta organização.
Existiram também Seres como estes nos períodos da Antiga Pérsia e no Egito. Foi
sempre o caso de que, na sua individualidade, eles se erguiam muito acima da
estatura da sua organização humana. Eles
não se encontravam totalmente contidos dentro desta organização. Por essa
razão, eles foram capazes de trabalhar sobre as pessoas naqueles tempos
antigos. Este estado de coisas continuou
até o tempo do período Greco-Latino onde uma importante crise ocorreu no
desenvolvimento da humanidade.
Agora, na Idade Greco-latina a Alma Intelectual ou da
Razão/Mente (Mente no sentido de que eu tenho uma razão específica para fazer
algo) começa gradualmente a formar faculdades interiores. Enquanto em tempos
precedentes essas coisas principais fluíam a partir de fora, como vimos no
exemplo das Fúrias quando o ser humano via seres vingadores em torno dele, mas nada dentro dele – no Período Greco-latino
algo começa a fluir de dentro, direcionando-se aos Grandes Mestres. Desta
forma, uma totalmente nova condição foi estabelecida. Anteriormente, Seres dos Mundos Altíssimos
(Superiores) desciam e encontravam um estado de coisas que possibilitava-os
dizer: “ Não é necessário para nós entrar totalmente na organização humana; podemos
fazer o nosso trabalho trazendo aos seres humanos o que eles não podem obter
por si mesmos e fazemos isto fluir neles a partir dos Mundos Superiores”. Naquele tempo ainda não era necessário ao ser
humano contribuir com algo, não existia a necessidade para o ser humano trazer
algo e encontrar os Grandes Mestres. Ocorre
que se os grandes Mestres continuassem com essa política, o que ocorreria com
certeza, a partir do Quarto Período em diante, é que uma destas grandes
individualidades teria descido para uma das partes da Terra e encontrado algo
que inexistia acima (no Cosmos). Enquanto as Fúrias – os espíritos vingadores
eram visíveis, o ser humano poderia voltar a sua atenção fora do que poderia
ser encontrado na Terra. Agora, todavia, algo novo veio – a consciência. Os Mestres sabiam que inexistia a
possibilidade de observar a partir de cima.
Em outras palavras, na civilização do Quarto Período de civilização pós-Atlântida
surgiu a necessidade para que estes Grandes Mestres realmente descessem ao
estágio do ser humano, para saber então o que surgia e encontrá-los a partir
das almas humanas. Então inicia o tempo
quando não seria mais possível para eles compartilharem em alguma extensão as
qualidades inerentes ao ser humano. Permita-nos agora trazer as observações
sobre o Ser que conhecemos como Gautama Buddha por sua encarnação terrestre. Gautama
Buddha era um Ser que sempre esteve apto a encarnar em corpos terrestres em
diferentes períodos da civilização, sem ter que usar toda a organização humana.
Não era necessário para esse Ser passar através de uma real encarnação humana.
No entanto, chegou-se a um importante turning-point
para o Bodhisattva; tornou-se necessário para ele se fazer familiarizado com
todos os destinos da organização humana num corpo da terra no qual ele teria
que entrar. Ele vivenciaria algo que somente
poderia experimentar num corpo humano; e porque ele era essa altíssima
individualidade, uma só encarnação era suficiente para ele ver tudo que um
corpo humano pode desenvolver. Outras
pessoas tiveram e terão que evoluir as capacidades interiores gradualmente,
através dos Períodos da Quarta, Quinta, Sexta, e Sétima; mas Buddha era capaz
de vivenciar em uma única encarnação tudo que era possível evoluir. Em sua encarnação como Gautama Buddha ele viu
antecipadamente o primeiro germe do que surgiria no ser humano como consciência, que se tornaria maior e
maior ao longo do tempo. Ele estava no entanto, apto a re-ascender para o mundo espiritual
diretamente após aquela encarnação ; inexistia a necessidade para ele passar
por outra encarnação. O que o ser humano em uma certa esfera irá evoluir a
partir de si mesmo durante ciclos futuros, Buddha estava apto a dar nesta única
encarnação, como uma imensa força direcional. Isto teve lugar através do evento que é
descrito como “sentado sob a árvore-Bodhi.”
Ele então passou adiante, com sua especial missão, os ensinamentos da
compaixão e amor contidos nos oito passos do caminho. Essa grande Ética da
Humanidade a qual o ser humano adquirirá durante civilizações a advir, foi
estabelecida como uma força básica na mente (razão) de Buddha o qual desceu
naquele tempo. De Bodhisattva ele se
tornou Buddha, o que significa que ele realmente ascendeu a um estágio ainda
mais superior, pois aprendeu através do descer (à terra). Isso em palavras diversas descreve o grande
evento da Civilização Oriental conhecido como o de “Bodhisattva tornando-se
Buddha.” Quando esse Bodhisattva que
nunca tinha encarnado realmente (inteiramente) estava com 29 anos de idade, sua
individualidade entrou totalmente no filho de Suddhodana; não tendo (até
então)uma possessão integral dele. Ele então vivenciou o grande ensinamento da
compaixão e do amor. Porque esse Bodhisattva que tornou-se Buddha encarnou
nesse povo? Porque não no povo Greco-latino? Este Bodhisattva deveria tornar-se
Buddha no Período da Quarta Civilização pós-Atlântida, ele deveria trazê-lo em
algo novo para o futuro.
Quando a Alma da Consciência ou Espiritual estiver
totalmente desenvolvida, o ser humano irá, por seus próprios meios gradualmente
tornar-se suficientemente maduro para reconhecer em si mesmo, o grande ímpulso dado por Buddha. Numa época quando o ser humano somente
desenvolvia a Alma do Intelecto, era necessário que Buddha já estivesse com a
Alma Espiritual desenvolvida. Ele tinha
que usar o instrumento físico do cérebro e ter maestria nisso; e isso na forma
totalmente diversa do que teria sido possível por alguém que tivesse progredido
adiante do período da civilização Greco-latina.
O cérebro Greco-latino seria muito ‘duro’ para ser usado o que somente o
habilitava a desenvolver a Alma do Intelecto e da Razão/mente (mente no sentido
de ter razão em fazer algo) onde ele teria que desenvolver a Alma Espiritual.
Para isso ele requeria um cérebro que tivesse permanecido
‘macio/delicado/suave’ (não duro). Ele usou a Alma que seria só desenvolvida
posteriormente num instrumento usado por seres humanos de tempos anteriores e
que tinha sido retida no povo Hindu/ Indiano. Aqui novamente uma recapitulação:
Buddha repetiu na organização humana pertencente a tempos anteriores, junto com
a capacidade da Alma Espiritual pertencente a tempos que ainda adviriam. Os
eventos que tiveram lugar na evolução da humanidade são nessa extensão, da
natureza da necessidade. Nós séculos 5 e 6 BC, Buddha teve a tarefa de
introduzir a Alma Espiritual na organização do ser humano. Como um único indivíduo, ele não poderia, no
entanto, assumir a tarefa de fazer integralmente tudo que era necessário para
que a Alma Espiritual pudesse preparar para si mesma, o caminho correto a partir do século 5 em
diante. Sua missão em particular consistia só em parte daquela tarefa; a de
trazer para o ser humano a doutrina do Amor e da Compaixão. Outros Mestres da
humanidade teriam outras tarefas. Essa parte da Ética da Humanidade, a ética do
Amor e da Compaixão, foi primeiro introduzida por Buddha, e suas vibrações
permanecem; mas a humanidade deve no futuro desenvolver inúmeras outras
qualidades além dessa, como por exemplo,
a do pensar-puro, o pensar claro, cristalino. Não cabia à missão de Buddha a construção do
pensar, adicionar um claro pensar a outro. Sua tarefa era formar e estabelecer
o que lidera o ser humano a partir de sua concordância, a encontrar o caminho de 8 passos.
Então deveria existir outro Mestre da humanidade com outras
qualidades diversas, alguém que trouxesse uma corrente diversa de vida
espiritual a partir dos altíssimos mundos espirituais, para a terra. A essa
outra individualidade foi dada a tarefa de trazer a faculdade do pensar lógico,
de carregar descendendo o que
gradualmente foi mostrando a si mesmo no ser humano atual. Um Mestre teria que
ser encontrado, apto a carregar descendendo o que faz possível ao ser humano
expressar a si em formas do pensar puro; pois o pensamento lógico somente foi
desenvolvido ao longo do tempo. O que Buddha realizou deveria ser carregado
dentro da Alma do Intelecto ou da Razão. Essa Alma devido à sua posição entre a
Alma Sensciente e a Alma Espiritual ou da Consciência, possui o atributo
peculiar de não ter que recapitular nada. A Antiga época da Índia será repetida na
sétima, a Antiga Persa na sexta e a Egípcia se repete em nossa época, a quinta;
mas justamente a quarta época permanece sozinha, afastada das outras, assim
como a Alma do Intelecto ou da Razão. As
forças necessárias para nossas faculdades intelectuais que só apareceram na
Alma Espiritual, não poderiam ser desenvolvidas na Alma do Intelecto; embora
estas devessem apenas aparecer posteriormente, elas tinham que estar previstas
em estado germinal e, estimuladas num
período anterior.
Em outras palavras: o impulso do pensar lógico deveria ser
dado antes que Buddha desse seu impulso para a Consciência. A Consciência era para ser organizada no ser
humano na Quarta Época; o pensar consciente, o puro pensar era para se
desenvolver na Alma da Consciência ou Espiritual na Quinta época, mas tinha que
estar prevista na terceira época da civilização, como um germe para o qual,
hoje, evoluímos. Por isso que outro grande Mestre teve a tarefa de instilar na
Alma Sensciente as forças que hoje aparecem como o pensar puro. É fácil,
portanto, perceber as diferenças entre esse Mestre e um ser humano normal. Algo deveria surgir na Alma Sensciente que
ainda nem existia num ser humano vivente. Ideias e conceitos não ajudariam
nesse desenvolvimento; consequentemente embora esta Individualidade tivesse como tarefa deitar o germe de certas
faculdades, ela não pode – ela mesmo, fazer uso delas. Isso teria sido
impossível. Esta individualidade teria que empregar forças totalmente diversas.
Certas forças trabalhando através do poder da visão na Alma
Sensciente, num estágio superior tornam-se
forças conscientes e aparecerão em forma de pensamentos. Aquela
Individualidade, aquele Mestre estava apto a estimular as forças da Alma Sensciente
de forma que as forças de pensar pudessem nela penetrar e, de forma semelhante
a vida subconsciente penetrava-a através do ato da visão, sem no entanto
perceber minimamente que o Mestre poderia então atingir algo. Isso somente
poderia ser realizado em uma forma. Para estimular a Alma Sensciente e
instilá-la por assim dizer com o poder do pensar, essa Individualidade teria
que trabalhar numa forma muito especial. Ele teria que dar suas instruções, não
em conceitos – mas através da música! A música engendra forças que libertam
algo na Alma Sensciente as quais então surgem na Consciência e são trabalhadas
sobre a alma espiritual, tornando-se em pensar lógico. A música vem de um Ser
muito superior, o qual ensinou através da música. Você pensará que isso é
estranho, e poderá não acreditar ser possível, mas em verdade esse é o caso.
Antes da Idade Greco-Latina, em certas partes da Europa existia uma cultura
anciã entre aqueles povos que permaneceram atrasados em relação às qualidades
fortemente desenvolvidas no Oriente. Naquelas partes da Europa as pessoas não
estavam aptas a pensar muito, pois o seu desenvolvimento era de uma natureza
totalmente diversa; eles tinham poucas forças da Alma do Intelecto. Sua Alma Sensciente,
no entanto, era muito receptiva ao que
procedia dos impulsos de uma qualidade especial de música que não consistia na
música atual. Nós então retornamos para um tempo na Europa quando existia o que
podemos chamar de uma anciã “cultura musical” – um tempo quando não somente os
“Bardos” eram professores, como se tornaram posteriormente, quando estas coisas
já tinham entrado em decadência, mas quando a música totalmente encantada
passava através daquelas partes da Europa. Na Terceira época de civilização
(Egípcia) existia uma cultura musical profunda na Europa e as mentes daqueles
povos que esperavam silenciosamente por aquilo que estavam destinados a
carregar posteriormente, eram receptivos
numa forma bem particular aos efeitos da música. Estes efeitos trabalharam a Alma Sensciente na
forma similar a que a substância do
pensar trabalha sobre os olhos. Então a música trabalhou no plano físico; mas a
Alma Sensciente como sentimento subconsciente: “Isso vem da mesma região da
Luz”. Música – a canção do reino da Luz!
Houve uma época para um Primeiro Mestre na parte civilizada
da Europa, nesse sentido um Bardo, o pioneiro
da todos os Bardos e menestreis. Ele ensinava no plano físico através da música
e de tal forma que algo era em verdade comunicado à Alma Sensciente, semelhante
ao nascer e brilhar do sol. O que a tradição reteve concernente a esse Grande
Mestre (mais tarde reunida pelos Gregos). Os gregos eram influenciados por esse
Mestre a partir do Ocidente, e eram ta,bém influenciados de forma diversa pelo
Oriente. Incorporado na concepção de Apolo que era o deus-Sol e ao mesmo tempo
o deus da música. A figura de Apolo origina-se naquele primeiro grande Mestre, o da primeira época, que
colocou na alma humana a faculdade que aparece hoje como o poder do claro
pensar.
Os gregos também ensinavam sobre um discípulo deste Grande
Mestre da Humanidade , sobre alguém que tornou-se um discípulo muito especial.
Como poderia alguém tornar-se discípulo deste Ser?
Naquela época da bigorna, quando este Ser estava trabalhando
na forma descrita, ele não era, naturalmente abrangido na organização física;
ele transcendia o que caminha na terra como o homem físico. Um ser humano com
uma Alma Sensciente comum poderia ser receptivo aos efeitos da música, mas não
as teria despertado em outrem. Uma
altíssima Individualidade teve que descer à Terra e irradiava como tudo que
vive no cosmos afora. Tornou-se
necessário, no entanto, que na Quarta civilização pós-Atlântida, no período
Greco-latino que ele descesse novamente - ele deveria descer ao estágio humano
usando então todas as faculdades que estavam no ser humano. No entanto, embora
ele tenha feito uso, por assim dizer, de todas as faculdades humanas, ele não
conseguia descer integralmente. Para conseguir trazer o que eu descrevi, isso exigia faculdades que transcendiam daquelas
possuídas por uma organização humana no quarto período pós-Atlântida. Os efeitos de sua música mesmo então incluíam
o que deveria ser encontrado no mundo espiritual; e naquela época não poderia
viver uma individualidade organizada somente para a Alma do Intelecto. Assim,
embora encarnado naquela forma, ele ainda tinha que segurar algo, restringir, manter
algo atrás. Sua encarnação na Quarta época foi tal que embora ele preenchesse a
forma humana inteiramente, já como ser humano, habitando dentro dessa forma,
ele tinha dentro dele algo que se estendia em grandes distâncias, além dele; ele sabia algo do mundo espiritual,
mas não podia fazer uso daquele conhecimento. Ele tinha uma alma que se
estendia além de seu corpo. Humanamente
falando, existia algo trágico no fato de que esta Individualidade que atuava
como um grande Mestre na Terceira época de civilização, devesse encarnar novamente
numa forma na qual a sua alma estava em grande parte fora, extravasada, e que ainda ele não pudesse fazer nenhum uso
de sua nada usual faculdade da alma superior. Nesse tipo de encarnação ele era
chamada de “Filho de Apolo” pois aquilo que habitara na terra antes, estava
reencarnado numa forma muito complicada e não direta. O Filho de Apolo trazia consigo como alma o
que o Misticismo designa como o símbolo do elemento ‘feminino’; ele não podia
carregar tudo dentro dele. Pois isso estava em outro mundo. Seu próprio
elemento da alma feminina estava em outro mundo ao qual ele não tinha acesso e ao
qual ele ansiava, pois parte dele estava lá. Essa maravilhosa tragédia interior
do Mestre reencarnado de tempos antigos foi de forma sublime preservada na
Mitologia Grega sob o nome de ‘Orfeu’ – o nome dado ao Apolo reencarnado, ou
“Filho de Apolo”.
Essa tragédia da alma é representada de uma maneira
maravilhosa nas figuras de ‘Orfeu e Eurídice’. Eurídice foi logo arrancada de
Orfeu. Ela habitava um outro mundo; mas Orfeu permanecia com o poder, através
de sua música, ensinando os seres do mundo dos mortos. Ele obtivera permissão
deles para trazer Eurídice de volta a ele. Mas ele não deveria olhar em torno o
que significaria morte interior; - em todos os eventos isto traria uma perda do
que ele anteriormente era e que ele não podia agora tomar em si mesmo.
Assim nesta encarnação de Apolo como Orfeu, temos novamente
o descer de um Bodhisattva, usando o termo oriental – à condição de
Buddha. Podemos citar uma série de seres
que se destacam de era em era como sendo os grandes Professores da humanidade e
que sempre tiveram uma experiência muito especial no momento de sua descida
mais profunda. As experiências de Buddha, a felicidade de inspirar toda a
humanidade. Aquele Bodhisattva cuja memória é preservada externamente sob o
nome ‘Apolo’ teve uma experiência individual: ele estava preparando na individualidade,
a qualidade do Eu da humanidade. Ele vivenciou as tragédias do Ego, vivenciou o
fato que o ego está não inteiramente com o ser humano. O ser humano se esforça
na direção do Eu-Superior. Isto foi indicado para os Gregos pelo Buddha ou
Bodhisattva no Orfeu.
Estes detalhes fornecem-nos as caracterizações dos grandes
Mestres da Humanidade e então criamos uma imagem em nossas mentes. Resumindo o que eu disse, descobriremos que
eu tenho falado o tempo todo daqueles seres que formaram a Alma Sensciente e a
Alma Espiritual de uma forma bem particular como faculdades interiores que
devem desenhar-se dentro do homem a
partir do seu interior. Como estamos agora investigando este período, só
podemos, no momento, considerar dois desses Seres, os que formaram Alma Sensciente. Mas há muito, sendo que na natureza interior
do ser humano a evolução foi gradual, estágio por estágio.
Vamos comparar agora outro Ser com o qual afeta-se a
natureza interior do Ser Humano. Porque realmente só podemos dizer para nós
mesmos: se existiu uma constante sucessão de Mestres que forneceram o progresso
e o desenvolvimento de faculdades interiores do ser humano como alimento
espiritual a partir das mais altas/superiores regiões devem existir outras
individualidades que realizam outro trabalho e acima de tudo fazem parte das
mudanças na terra em si mesma e no que ela evolui de uma era para outra.
Quando Buddha influenciou a Alma do Intelecto a partir de
dentro, por assim dizer, através da Alma Espiritual ou da Consciência no Quarto
período da civilização, isso deve também deveria ser influenciado de fora. Algo
deveria se aproximar da alma do intelecto, de fora.
Este Ser deveria aproximava-se por um outro caminho e
trabalhar de uma maneira bem diversa. Um Mestre como os que estamos descrevendo quando
aparecia entre os seres humanos tinha que derramar em seu seres interiores o
que ele trazia abaixo das grandes e superiores regiões. Ele era um Mestre. O que deveria esse outro
Ser fazer, quem deveria fazer a terra evoluir adiante de tal forma que se
desenvolvesse de uma geração à outra? Ele deveria ir além do influenciar o ser
interior do ser humano a desenvolver essa ou aquela qualidade dentro dele. Ele Mesmo como Ser, teria que descer à Terra.
Ele que estava para descer, não deveria meramente ensinar a Alma Intelectual,
mas formá-la. Alguém teria que aparecer para formar aquela
alma e este Ser seria em Si Mesmo esta expressão direta no Quarto Período, esse
eminente período que permanece só no meio. Este Ser deveria vir de um lado totalmente
diverso. Esse alguém teria que desenhar a natureza humana ela mesma, para nela
encarnar. Os Bodhisattvas transformavam a natureza interior do ser humano; esse
Ser transformava a natureza do ser humano, de forma integral. Ele tornou possível para os Mestres encontrar
um solo adequado no qual trabalhar o futuro. Esse Ser transformava o ser humano
integralmente. Devemos relembrar como as diferentes almas no ser humano
construíram a si mesmas em diferentes corpos: a Alma Sensciente no Corpo Sensciente (Astral), a Alma Intelectual no
corpo etérico e a Alma Espiritual no corpo físico. O campo de ação do Bodhisattva está onde a
Alma Espiritual constrói a si mesma no corpo físico. É aí que ele está configurando e
segurando, de um lado. Lá, onde a Alma do
Intelecto ou da Razão trabalha no corpo etérico, outro Ser, no quarto período, influenciou
o ser humano vindo de outro lado bem diverso. Quando ele fez isso? Foi
realizado no momento em que o corpo etérico no homem poderia ser afetado
diretamente - quando aquele Ser que descrevemos mais de perto como Jesus de
Nazaré, abandonou o seu corpo físico no momento do Batismo no Rio Jordão. Quando aquele corpo integral mergulhou,
imergiu, no qual ocorreu o que descrevemos como um "choque", o Ser-de-Cristo
mergulhou naquele corpo etérico. Esta é a Individualidade QUE vem de um lado
totalmente diverso e é de uma natureza totalmente diversa. Enquanto no caso dos
outros grandes Líderes da humanidade tem, num sentido, tudo a ver com altamente
evoluídos seres humanos, seres humanos que estiveram sujeitos ao todo do
destino do ser humano – de Cristo isso não se pode dizer. Qual é o princípio
inferior do Ser-de-Cristo? Contando de baixo para cima, é o corpo etérico. Isso
significa que um dia, o ser humano, através de seu Self-Espiritual deve ter
transformado seu corpo astral inteiramente e colocará em trabalho seu corpo
etérico, quando ele então estará trabalhando no elemento no qual Cristo uma vez
trabalhou da mesma forma. Cristo dá o mais poderoso impulso, o qual continuará
trabalhando no futuro e ao qual o ser humano só alcançará quando ele começar a
trabalhar na transmutação de seu corpo
etérico de uma maneira consciente.
Nesta jornada através da vida, todo ser humano inicia no
nascimento, ou mesmo a partir da concepção e caminha até a morte; da morte para seu próximo
nascimento é outra jornada. Em seu caminho da morte para o novo nascimento ele
primeiro passa através do mundo astral e depois através do que chamamos a parte
inferior do mundo devachânico (Devachan)
e após este através do mundo do Alto (Superior) Devachan. Ou usando
termos europeus, chamamos de mundo
físico o pequeno mundo ou o mundo dos poderes mentais, da Inteligência; o mundo astral é chamado de mundo
elementar; o baixo Devachan o mundo
celestial e o Alto Mundo (Devachan) é o mundo da Razão, do Discernimento, da
Discrição. A mente europeia somente está gradualmente evoluindo de um ponto
onde as verdadeiras expressões devem ser encontradas em sua linguagem. Todavia,
ao que reside além no Mundo Devachânico
foi dada uma coloração religiosa e é chamado de ‘Mundo da Providência’ –
o qual é o mesmo que o plano Buddhi. O que está além novamente e que realmente
poderia ser visto pela antiga visão clarividente, uma antiga tradição nos fala
sobre isso; nas linguagens europeias inexiste um nome que possa ser formado
para isso – somente no tempo presente pode aquele que vê mais uma vez trabalhar
seu caminho ascendendo àquele mundo que está acima e além do mundo da
Providência. As linguagens europeias não podem verdadeiramente dar um nome a
esse mundo. Esse mundo verdadeiramente
existe; mas o pensar ainda não está suficientemente avançado para ser capaz de
descrevê-lo. Para o que é chamado de Nirvana e reside além do ‘Mundo da
Providência’, a pessoa pode dar o nome que lhe dê mais prazer.
Então entre a morte e o renascimento, o ser humano ascende
ao Alto Devachan ou o mundo da Razão. Quando está lá ele olha os mundos
superiores, mundos nos quais ele mesmo nem pode entrar e vê neles os Seres
Superiores trabalhando. Enquanto o ser
humano dispender sua vida nos mundos que se estendem entre o plano físico e o
Devachan, é normal para os Bodhisattvas estenderem até o plano Buddhi ou o que
a Europa chama, o Mundo da Providência. Este é um bom nome, essa é precisamente a tarefa dos Bodhisattvas guiar
o mundo como uma ‘boa providência’ de período a período (épocas). Agora o que
aconteceu quando o Bodhisattva incorporou no Gautama Buddha? Quando ele atinge
um certo estágio, ele pode ascender para o plano superior próximo – para o
Plano Nirvana. Essa é a próxima esfera. É característica dos Bodhisattvas que
quando eles se tornam Buddhas, eles ascendem ao Plano do Nirvana. Tudo que é
trabalhado no interior do ser humano habita aquela esfera que se estende àquele
Plano. Ora, o Ser de Cristo trabalha na natureza do ser humano por um lado bem
diverso. Ele também trabalha a partir desse outro lado, naqueles mundos nos
quais os Bodhisattvas ascendem quando eles deixam a região do ser humano; de
forma que os Mestres, eles mesmos aprendem – de forma que eles possam se tornar
os Mestres da Humanidade. Lá eles encontram -
descendo sobre eles vindo de cima, vindo de outro lado – o Ser – Cristo.
Então eles se tornam discípulos de Cristo. Um Ser como Ele, é rodeado pelos 12
Bodhisattvas; nós nem podemos falar realmente de mais que 12; pois quando os 12
Bodhisattvas tiverem completado a sua missão nós teremos completado o período
da existência terrestre.
Cristo esteve uma vez na Terra; Ele desceu à Terra, habitou
na terra, ascendeu. Ele veio de um outro lado; Ele é o Ser que está no meio dos
12 Bodhisattvas, e eles recebem d’Ele o que eles devem carregar abaixo na
terra. Então entre duas encarnações de Seres Bodhisattvas que ascendem para o
Plano Buddhi; lá eles encontram o Ser de Cristo como Mestre, e eles estão
totalmente conscientes d’Ele. Ele em seu Ser se estende àquele Plano. O encontro
entre os Bodhisattvas e Cristo ocorre no
Plano Buddhi. Quando o ser humano progredir, avançar mais e tiver desenvolvido
qualidades instiladas nele pelos Bodhisattvas, eles tornar-se-ão mais e mais dignos
em si mesmos para penetrar naquela esfera. Enquanto isso é necessário que os
seres humanos devam aprender que o Ser-de-Cristo encarnou na forma humana de
Jesus de Nazareth, e isso de forma a alcançar o verdadeiro Ser da
individualidade de Cristo. Primeiro o ser humano tem que permear a forma humana
com entendimento/compreensão desse fato.
Então os 12 Bodhisattvas pertencem a Cristo, e eles preparam
e posteriormente desenvolvem o que Ele trouxe como o máximo impulso na evolução
da civilização humana. Vemos os 12 e em seu meio o décimo terceiro. Nós tendo
ascendido para a esfera dos Bodhisattvas e entrado no círculo das 12 estrelas
vemos em seu meio o Sol, iluminando, aquecendo-os; a partir deste Sol eles
desenham/forjam aquela fonte da vida a qual eles depois devem carregar para a
terra. Como é a imagem do que ocorre representada na terra? É projetada na
terra em tal sabedoria que nós devemos nos render nas seguintes palavras:
Cristo, O qual viveu na terra uma vez, trouxe para a evolução da terra um
impulso para o qual os Bodhisattvas tiveram que preparar a humanidade e eles
(seres humanos) então tiveram que desenvolver adiante o que Ele deu à evolução
da terra. Então a imagem na terra é algo como: Cristo no meio da evolução da
terra; os Bodhisattvas como Seus mensageiros antecipados e Seus seguidores, que
devem trazer Seu trabalho perto das mentes e dos corações dos seres humanos.
Um número de Bodhisattvas teve então que preparar a
humanidade, fazer o ser humano maduro para receber a Cristo. Embora o ser
humano estivesse maduro o suficiente para ter Cristo nele, ainda decorrerá um
longo tempo antes que os seres humanos amadureçam suficientemente para reconhecer, sentir e
para querer tudo que Cristo é. O mesmo número de Bodhisattvas será requerido
para desenvolver no ser humano a maturidade para o que foi derramado sobre ele,
através de Cristo, como foi necessário
preparar o ser humano para a Sua vinda. Pois existe muito n’Ele que exigem que as
forças e faculdades do ser humano devem continuar crescendo muito, antes que eles estejam aptos a
compreendê-lO. Com as faculdades
existentes do ser humano, Cristo pode somente ser compreendido na extensão de
um minuto. Superiores faculdades surgirão no ser humano, e a cada nova
faculdade os seres humanos estarão (tornar-se-ão) aptos a ver Cristo sob uma
nova luz. Somente quando o último Bodhisattva pertencendo a Cristo completar
seu trabalho, a humanidade realizará o que Cristo na verdade é; o ser humano
então será preenchido com a vontade na qual o Cristo Ele mesmo, vive. Ele
mergulhará no ser humano em seu Pensar, Sentir e Querer, e o ser humano então
verdadeiramente será a externa expressão de Cristo na terra.
Notas:
- Principles
of Spiritual Science by Carl Unger. Ego and Non-Ego https://www.amazon.com/Principles-Spiritual-Science-Carl-Unger/dp/0910142696
- O impulso de Cristo
e o Desenvolvimento da Consciência do Ego por Rudolf Steiner GA 116, Palestra 1
https://wn.rsarchive.org/Lectures/GA116/English/APC1926/19091025p01.html