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English Language
A quádrupla constituição humana. Mathias Girke, Gelorfe Soldner
Tradução:
Sonia von Homrich
Seres humanos são mais que seus corpos físicos. Seus
processos de vida, como crescimento, regeneração, e todos os processos de cura,
pertencem à sua ‘organização da vida’, seu corpo etérico. Como seres que se
movimentam e tem sentimentos, eles desenvolvem um mundo interior da alma, a
qual eles expressam através da linguagem, das expressões faciais – alma ou
organização sensciente, sensível ou alma da sensação, corpo astral. Como um ser
acordado em si mesmo, consciente de si mesmo, e como individualidades
auto-determinadas, seres humanos vivem como seres espirituais (EU) no
organismo, o que podemos perceber através da linguagem e na configuração de
suas biografias individuais e destinos.
Estas quatro entidades constituindo o ser humano tornam-se
imediatamente evidentes na consulta médica. O paciente reporta seus sintomas
físicos (corpo), sua exaustão e perda de vitalidade (organização da vida), suas
sensações e queixas psicológicas, como ansiedade e dor (organização sensciente)
e como um “EU” o paciente tem questões sobre o sentido, a perspectiva, o que
significa aquela doença, em sua biografia individual. Os fundamentos epistemiológicos
e em consequência as bases científicas para este conhecimento e compreensão
antroposófico do ser humano, na Medicina Antroposófica, tem sido apresentado e
elaborado em detalhes.
O corpo
físico humano
O corpo físico visível, isto é, a forma da materialidade
construída que pode ser analisada com métodos científicos. Esta organização
física se estende dos ossos ao material genético em cada célula. Este corpo
determina nossa aparência física, peso, densidade e equilíbrio das forças
físicas. Este corpo físico é excepcionalmente pesquisado na era moderna, na
medicina puramente orientada cientificamente e concerne a processos que podem
ser explicados através das leis da química e da física.
A organização
da vida
Adiciona-se às leis Químicas e Físicas, as forças que
conhecemos como as forças de autocura, como vitalidade, ou habilidade de
regenerar-se. Estes são processos dinâmicos de vida os quais variam grandemente
em sua atividade e intensidade nos órgãos individuais e tecidos. A capacidade
regenerativa das células do fígado e das gônadas (testículos e ovários) difere
das células do cérebro ou das córneas. Estes vários processos dinâmicos de vida
pertencem à organização da vida que permite interações harmoniosas e plena de
significados entre os vários processos de vida. Cada ser humano tem sua própria
organização de vida. Assim como tem seu próprio corpo físico. Rudolf Steiner
também chama esta organização de vida de corpo de vida ou corpo etérico, no
qual o termo “corpo” sempre significa algo que configura, que dá forma. As
forças etéricas são a base de toda cura
inerente e capacidade para a saúde. A organização da vida necessita de uma
abordagem epistemológica para reconhecer sua realidade independente como
distinta da organização física.
A organização da alma (corpo astral)
Diferentes sentimentos como sofrimento, alegria, simpatia e
antipatia, a habilidade para perceber algo conscientemente, a faculdade de
estar apto a desejar e querer coisas, são expressões dos diferentes poderes da
alma. Todos estes pertencem à organização da alma o que permite uma interação
harmoniosa e plena de significado dos vários impulsos de nossa alma. Cada
pessoa tem sua própria organização da alma, assim como elas tem sua própria organização
de vida e seu próprio corpo físico. Na antropologia antroposófica, isto é
conhecido como a organização sensciente, da sensação ou corpo astral.
A organização da alma cria um espaço interior em nós e ao
mesmo tempo uma nova dimensão da habilidade de referir, relatar. Permite
afeição ou aversão (rejeição), auto-co0nsciência e compaixão, nos permite
desenvolver dependência ou autonomia.
A individualidade humana
Cada ser humano, cada criança é um indivíduo: único, insubstituível
e indivisível. O conceito de dignidade humana se refere a isto. Toda a ética na
medicina é baseada neste fato. Isto é fundamentalmente diferente das atividades
da alma e da alma sensciente que encontramos em animais. O termo individual
deriva do Latim e significa que a divisão em posteriores subunidades é
impossível (in-dividere= não divisível). Então, refere-se à essência do ser
humano. Cada um de nós pode dizer “EU” somente a nós mesmos. O “EU” corresponde
ao espiritual em nós, forma o centro de nossa personalidade, permite a consciência
do self e à perpétua capacidade para desenvolvimento posterior. Não apenas se
mostra a si mesma em nosso pensar e faculdades cognitivas, também penetra e
configura nossa alma e corpo. Todos nós vivenciamos em nosso ser interior que
podemos influenciar nosso pensar, nosso sentir e nossa atividade da vontade
(querer). Esta habilidade é o pré-requisito de qualquer ética consistente.
Então, o “EU” humano é a base da liberdade que nós, seres humanos vivenciamos
quanto atuamos de forma independente ou fazemos decisões. A intervenção do “EU”
na alma e corpo é possível através da organização do “EU”. Esta organização do “EU”
coordena e integra todos os processos individuais do organismo, como o “EU”
individual pode de forma crescente influenciar e configurar o pensar, os
sentimentos e a ação. O “Eu” é a entidade espiritual imortal no ser humano. O
elemento que a organização do “EU” primariamente usa para conectar com o corpo
é o calor.
The
Fourfold Human Constitution. Matthias Girke, Georg Soldner
Human
beings are more than their bodies. Their life processes, such as
growth, regeneration and all healing processes, belong to their life
organization (etheric body). As beings that move about and have
feelings they develop an inner world of soul, which they may express through
language and facial expressions (soul or sentient organization,
astral body). As self-aware and self-determined individualities, they live as
spiritual beings (the “I” ) in the organism, which we may
perceive through language, and they shape their individual biographies and
destinies.
These four
entities constituting the human being become immediately evident when we
encounter a patient. The patient reports on her physical symptoms (body), her
exhaustion and loss of vitality (life organization), her sensations and
psychological complaints, e.g., anxiety and pain (sentient organization) and as
an “I” she has questions about the meaning, perspective and significance of the
disease for her individual biography. The epistemological foundations and thus
the scientific basis for this anthroposophic understanding of the human being
in Anthroposophic Medicine have been presented and elaborated on in detail.
The human
body
The visible
body, i.e., the materially constructed form that can be analyzed with
scientific methods, is the physical body. This physical organization extends
from the bones to the genetic material in each cell. It determines our external
physical appearance, weight, density and balance of physical forces. This
physical body has been exceptionally well researched in modern times, as a
purely scientifically oriented medicine is primarily concerned with processes
that can be explained by the laws of chemistry and physics.
The life
organization
In addition
to chemical and physical laws, there are forces that we know as self-healing
forces, as vitality, or as the ability to regenerate. These are dynamic life
processes which can vary greatly in their activity and intensity in the
individual organs and tissues. The regenerative capacity of liver cells and the
gonads is different from that of brain cells or the corneas. These various
dynamic life processes belong to a life organization that enables harmonious
and meaningful interaction between the various life processes. Every human
being has his own life organization, just as he has his own physical body.
Rudolf Steiner also called this life organization the life body or etheric
body, whereby the term “body” always means something that has shape and form.
Etheric forces are the basis for all inherent healing and capacity for health.
The life organization needs an epistemological approach to recognize its
independent reality as distinguished from that of the physical organization.
The soul organization
Different
feelings such as suffering and joy, sympathy and antipathy, the ability to
perceive something consciously, the faculty of being able to wish for and want
things, these are all expressions of different powers in the soul. They all
belong to the soul organization that enables the harmonious and meaningful
interaction of our various soul impulses. Every person has their own soul
organization, just as they have their own life organization and their own
physical body. In anthroposophic anthropology this is known as the sentient
organization or astral body.
The soul organization creates an inner space in us and at the same time a new
dimension of the ability to relate; it enables affection and aversion,
self-awareness and compassion, and allows us to develop attachment and
autonomy.
The human
individuality
Every
person, every child is an individual: unique and one of a kind, irreplaceable
and indivisible. This is what the concept of human dignity refers to. All
ethics in medicine is based on this fact. This is fundamentally different from
the activities of soul and of sentience that we find in animals. The term
“individual” is derived from Latin and means that a division into further
subunits is not possible (in-dividere = not divisible). It thus refers to the
essence of the human being. Each of us can say “I” only to ourselves. The “I”
corresponds to the spiritual in us, it forms the center of our personality,
enables self-awareness and a lifelong capacity for further development. It not
only shows itself in our thinking and our cognitive faculty, it also penetrates
and shapes our soul and body. We all experience in our inner being that we can
influence our thinking, our feelings and our will activity. This ability is a
prerequisite of any consistent ethics. Thus, the human “I” is the basis for the
freedom that we human beings experience when we act independently or make
decisions. The intervention of the “I” in soul and body is made possible by the
“I”-organization. This “I”-organization coordinates and integrates all the
individual processes of the organism, whereby the individual “I” can
increasingly influence and shape thoughts, feelings and action. The “I” is the
immortal spiritual entity in the human being. The element that the
“I”-organization primarily uses to connect with the body is warmth.
Referências
bibliográficas/ Bibliography
Setzer, V. A alma está entre corporalidade e o espírito, suas
características voltadas tanto a um como a outro. Rudolf Steiner, com sua
percepção clarividente, observou que a alma tem 3 membros ou constituintes, que
ele denominou de Alma das Sensações Empfindungseele, Alma Racional e da
Índole Verstandes- und Gemütseele (ou Alma da Razão e do Intelecto), e
Alma da Consciência Bewusstseinseele (ou Alma da Consciência Espiritual). https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/const2.htm
Setzer , V.The soul
stays between the body and the spirit, having characteristics of both.
R.Steiner, with his clairvoyant perception, observed that the soul has three
members or constituents, which he called Sentient Soul, Intellectual and Temper
Soul and Consciousness Soul. I am using here partly traditional translations
correspondent to the originals Empfindungseele, Verstandes-
und Gemütseele and Bewusstseinseele. On section 2.3 I
justify my own choice of 'temper' as a translation for Gemüt.
https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/const2.htm
Heusser P.
Anthroposophy and science. An
introduction. Frankfurt am Main: Peter Lang; 2016.
Vagedes J, Soldner G. Das Kinder-Gesundheitsbuch. Kinderkrankheiten
ganzheitlich vorbeugen und heilen. 7th ed. Munich: Gräfe und Unzer;
2013.
Girke M. Internal medicine. Foundations and therapeutic concepts of
Anthroposophic Medicine. Chap. The concept of the human being. 1st ed. Berlin:
Salumed; 2016.
Fonte/Source: https://www.anthromedics.org/BAS-0347-EN
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