Missão, Caráter, Essência, Grail Triptych /Tryptychon Graal, Sonia von Homrich

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11 outubro 2024

Quadrupla Constituição Humana.

 Below in English Language

 

A quádrupla constituição humana. Mathias Girke, Gelorfe Soldner

Tradução: Sonia von Homrich

Seres humanos são mais que seus corpos físicos. Seus processos de vida, como crescimento, regeneração, e todos os processos de cura, pertencem à sua ‘organização da vida’, seu corpo etérico. Como seres que se movimentam e tem sentimentos, eles desenvolvem um mundo interior da alma, a qual eles expressam através da linguagem, das expressões faciais – alma ou organização sensciente, sensível ou alma da sensação, corpo astral. Como um ser acordado em si mesmo, consciente de si mesmo, e como individualidades auto-determinadas, seres humanos vivem como seres espirituais (EU) no organismo, o que podemos perceber através da linguagem e na configuração de suas biografias individuais e destinos.

Estas quatro entidades constituindo o ser humano tornam-se imediatamente evidentes na consulta médica. O paciente reporta seus sintomas físicos (corpo), sua exaustão e perda de vitalidade (organização da vida), suas sensações e queixas psicológicas, como ansiedade e dor (organização sensciente) e como um “EU” o paciente tem questões sobre o sentido, a perspectiva, o que significa aquela doença, em sua biografia individual. Os fundamentos epistemiológicos e em consequência as bases científicas para este conhecimento e compreensão antroposófico do ser humano, na Medicina Antroposófica, tem sido apresentado e elaborado em detalhes.

 

O corpo físico humano

O corpo físico visível, isto é, a forma da materialidade construída que pode ser analisada com métodos científicos. Esta organização física se estende dos ossos ao material genético em cada célula. Este corpo determina nossa aparência física, peso, densidade e equilíbrio das forças físicas. Este corpo físico é excepcionalmente pesquisado na era moderna, na medicina puramente orientada cientificamente e concerne a processos que podem ser explicados através das leis da química e da física.

 

A organização da vida

Adiciona-se às leis Químicas e Físicas, as forças que conhecemos como as forças de autocura, como vitalidade, ou habilidade de regenerar-se. Estes são processos dinâmicos de vida os quais variam grandemente em sua atividade e intensidade nos órgãos individuais e tecidos. A capacidade regenerativa das células do fígado e das gônadas (testículos e ovários) difere das células do cérebro ou das córneas. Estes vários processos dinâmicos de vida pertencem à organização da vida que permite interações harmoniosas e plena de significados entre os vários processos de vida. Cada ser humano tem sua própria organização de vida. Assim como tem seu próprio corpo físico. Rudolf Steiner também chama esta organização de vida de corpo de vida ou corpo etérico, no qual o termo “corpo” sempre significa algo que configura, que dá forma. As forças etéricas  são a base de toda cura inerente e capacidade para a saúde. A organização da vida necessita de uma abordagem epistemológica para reconhecer sua realidade independente como distinta da organização física.

 

A organização da alma (corpo astral)

Diferentes sentimentos como sofrimento, alegria, simpatia e antipatia, a habilidade para perceber algo conscientemente, a faculdade de estar apto a desejar e querer coisas, são expressões dos diferentes poderes da alma. Todos estes pertencem à organização da alma o que permite uma interação harmoniosa e plena de significado dos vários impulsos de nossa alma. Cada pessoa tem sua própria organização da alma, assim como elas tem sua própria organização de vida e seu próprio corpo físico. Na antropologia antroposófica, isto é conhecido como a organização sensciente, da sensação ou corpo astral.

A organização da alma cria um espaço interior em nós e ao mesmo tempo uma nova dimensão da habilidade de referir, relatar. Permite afeição ou aversão (rejeição), auto-co0nsciência e compaixão, nos permite desenvolver dependência ou autonomia.

 

A individualidade humana

Cada ser humano, cada criança é um indivíduo: único, insubstituível e indivisível. O conceito de dignidade humana se refere a isto. Toda a ética na medicina é baseada neste fato. Isto é fundamentalmente diferente das atividades da alma e da alma sensciente que encontramos em animais. O termo individual deriva do Latim e significa que a divisão em posteriores subunidades é impossível (in-dividere= não divisível). Então, refere-se à essência do ser humano. Cada um de nós pode dizer “EU” somente a nós mesmos. O “EU” corresponde ao espiritual em nós, forma o centro de nossa personalidade, permite a consciência do self e à perpétua capacidade para desenvolvimento posterior. Não apenas se mostra a si mesma em nosso pensar e faculdades cognitivas, também penetra e configura nossa alma e corpo. Todos nós vivenciamos em nosso ser interior que podemos influenciar nosso pensar, nosso sentir e nossa atividade da vontade (querer). Esta habilidade é o pré-requisito de qualquer ética consistente. Então, o “EU” humano é a base da liberdade que nós, seres humanos vivenciamos quanto atuamos de forma independente ou fazemos decisões. A intervenção do “EU” na alma e corpo é possível através da organização do “EU”. Esta organização do “EU” coordena e integra todos os processos individuais do organismo, como o “EU” individual pode de forma crescente influenciar e configurar o pensar, os sentimentos e a ação. O “Eu” é a entidade espiritual imortal no ser humano. O elemento que a organização do “EU” primariamente usa para conectar com o corpo é o calor.

 

The Fourfold Human Constitution. Matthias Girke, Georg Soldner

Human beings are more than their bodies. Their life processes, such as growth, regeneration and all healing processes, belong to their life organization (etheric body). As beings that move about and have feelings they develop an inner world of soul, which they may express through language and facial expressions (soul or sentient organization, astral body). As self-aware and self-determined individualities, they live as spiritual beings (the “I” ) in the organism, which we may perceive through language, and they shape their individual biographies and destinies.

These four entities constituting the human being become immediately evident when we encounter a patient. The patient reports on her physical symptoms (body), her exhaustion and loss of vitality (life organization), her sensations and psychological complaints, e.g., anxiety and pain (sentient organization) and as an “I” she has questions about the meaning, perspective and significance of the disease for her individual biography. The epistemological foundations and thus the scientific basis for this anthroposophic understanding of the human being in Anthroposophic Medicine have been presented and elaborated on in detail.

 

The human body

The visible body, i.e., the materially constructed form that can be analyzed with scientific methods, is the physical body. This physical organization extends from the bones to the genetic material in each cell. It determines our external physical appearance, weight, density and balance of physical forces. This physical body has been exceptionally well researched in modern times, as a purely scientifically oriented medicine is primarily concerned with processes that can be explained by the laws of chemistry and physics.

 

The life organization

In addition to chemical and physical laws, there are forces that we know as self-healing forces, as vitality, or as the ability to regenerate. These are dynamic life processes which can vary greatly in their activity and intensity in the individual organs and tissues. The regenerative capacity of liver cells and the gonads is different from that of brain cells or the corneas. These various dynamic life processes belong to a life organization that enables harmonious and meaningful interaction between the various life processes. Every human being has his own life organization, just as he has his own physical body. Rudolf Steiner also called this life organization the life body or etheric body, whereby the term “body” always means something that has shape and form. Etheric forces are the basis for all inherent healing and capacity for health. The life organization needs an epistemological approach to recognize its independent reality as distinguished from that of the physical organization.

 

The soul organization

Different feelings such as suffering and joy, sympathy and antipathy, the ability to perceive something consciously, the faculty of being able to wish for and want things, these are all expressions of different powers in the soul. They all belong to the soul organization that enables the harmonious and meaningful interaction of our various soul impulses. Every person has their own soul organization, just as they have their own life organization and their own physical body. In anthroposophic anthropology this is known as the sentient organization or astral body.
The soul organization creates an inner space in us and at the same time a new dimension of the ability to relate; it enables affection and aversion, self-awareness and compassion, and allows us to develop attachment and autonomy. 

 

The human individuality

Every person, every child is an individual: unique and one of a kind, irreplaceable and indivisible. This is what the concept of human dignity refers to. All ethics in medicine is based on this fact. This is fundamentally different from the activities of soul and of sentience that we find in animals. The term “individual” is derived from Latin and means that a division into further subunits is not possible (in-dividere = not divisible). It thus refers to the essence of the human being. Each of us can say “I” only to ourselves. The “I” corresponds to the spiritual in us, it forms the center of our personality, enables self-awareness and a lifelong capacity for further development. It not only shows itself in our thinking and our cognitive faculty, it also penetrates and shapes our soul and body. We all experience in our inner being that we can influence our thinking, our feelings and our will activity. This ability is a prerequisite of any consistent ethics. Thus, the human “I” is the basis for the freedom that we human beings experience when we act independently or make decisions. The intervention of the “I” in soul and body is made possible by the “I”-organization. This “I”-organization coordinates and integrates all the individual processes of the organism, whereby the individual “I” can increasingly influence and shape thoughts, feelings and action. The “I” is the immortal spiritual entity in the human being. The element that the “I”-organization primarily uses to connect with the body is warmth.

 

Referências bibliográficas/ Bibliography

Setzer, V. A alma está entre corporalidade e o espírito, suas características voltadas tanto a um como a outro. Rudolf Steiner, com sua percepção clarividente, observou que a alma tem 3 membros ou constituintes, que ele denominou de Alma das Sensações Empfindungseele, Alma Racional e da Índole Verstandes- und Gemütseele (ou Alma da Razão e do Intelecto), e Alma da Consciência Bewusstseinseele (ou Alma da Consciência Espiritual).  https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/const2.htm

Setzer , V.The soul stays between the body and the spirit, having characteristics of both. R.Steiner, with his clairvoyant perception, observed that the soul has three members or constituents, which he called Sentient Soul, Intellectual and Temper Soul and Consciousness Soul. I am using here partly traditional translations correspondent to the originals EmpfindungseeleVerstandes- und Gemütseele and Bewusstseinseele. On section 2.3 I justify my own choice of 'temper' as a translation for Gemüt.

https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/const2.htm

Heusser P. Anthroposophy and science. An introduction. Frankfurt am Main: Peter Lang; 2016.

Vagedes J, Soldner G. Das Kinder-Gesundheitsbuch. Kinderkrankheiten ganzheitlich vorbeugen und heilen. 7th ed. Munich: Gräfe und Unzer; 2013.

Girke M. Internal medicine. Foundations and therapeutic concepts of Anthroposophic Medicine. Chap. The concept of the human being. 1st ed. Berlin: Salumed; 2016.

 

Fonte/Source: https://www.anthromedics.org/BAS-0347-EN

 

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