Evoluções.SoniavonHomrich

 Evoluções, Sonia von Homrich

A evolução da Terra e do Ser Humano está intimamente umbilicada como citada nas inúmeras palestras de Rudolf Steiner.  Algo a ser compreendido em sua plenitude embora existam muitas variáveis complexas é que em cada época da evolução da humanidade, a partir de um determinado ponto desta mesma evolução, a vivência dos setênios é a mesma, ou seja, certas qualidades serão trabalhadas em cada setênio – o que difere é a época. Cada época exige um diferente enfoque nesta evolução do Ser Humano. Existem aqueles que por desconhecer estas particularidades, acham que carma é mera repetição. Repete-se a questão dos setênios, mas não mais o mesmo enfoque, o mesmo desenvolvimento anterior, de épocas anteriores. Por esta razão é preciso também levar em conta que a evolução da consciência do Eu do Ser Humano evolui sempre dentro de uma miríade de variáveis, além de que ela está conectada às exigências, às necessidades da época de desenvolvimento da humanidade na qual vivemos.

Um exemplo simples desta questão encontra-se no fato que a despeito de estarmos todos vivenciando a Quinta Época de Desenvolvimento Pós-Atlântida ou pós-Atlantis, cada fase difere uma da outra o que exige que nossa evolução seja de acordo com as necessidades da época. Hoje, não dizemos que as necessidades atuais são as mesmas de 1.413, a época dos Grandes Descobrimentos, quando Portugal imperava nos mares. Da mesma forma precisamos manter-nos alertas pois muitas observações do Rudolf Steiner devem ser analisadas em função das necessidades da época na qual vivemos.

 Terry Boardman http://threeman.org/    em um de seus artigos, o Cisne Negro,  apontava claramente que a interpretação dada ao termo nacionalismo quando Rudolf Steiner dava suas palestras ao vivo,  difere totalmente do significado da palavra atualmente, no mundo, hoje ela é usada como sinônimo de patriotismo, soberania de uma nação em todos os seus aspectos de diversidade, soberania e liberdade, sem nenhuma conexão  com o uso do termo  posterior pelo nazismo ( o partido nacional socialista ou no fascismo). Hoje o termo é utilizado para significar a construção social, dignificando o ser humano, defendendo a liberdade em todos os seus aspectos, protegendo a igualdade de direitos e propiciando o crescimento social e econômico sem a destruição do aspecto social que estava contido no uso do termo nos séculos 19 e 20.

As verdades que pesquisamos na Ciência Espiritual de Rudolf Steiner, são vivas, dinâmicas, não são fatos mortos. As pesquisas necessariamente devem permitir compreensão pelo fato de seres vivas, vitais, encontrando uma maneira de se fazer presente, de entrar em todas as circunstâncias da vida cotidiana em um determinado ponto, ou seja, a forma, a maneira como ela entra varia de acordo com o ponto em questão. Tomemos por exemplo a metodologia de pesquisa qualitativa tal como é realizada nos mais avançados centros científicos do mundo (embora nem sempre respeitada). O ponto em questão é definido por uma série de variáveis e ele não muda de acordo com circunstâncias e necessidades de vivências por exemplo. Lidamos com um ponto estático, pré-definido pois não se trata de uma pesquisa vital, viva. Não é este o caso aqui. Em teoria, olhando-se para a ciência espiritual de Rudolf Steiner,  em termos abstratos como ela é frequentemente analisada na atualidade, ela parece produzir um tipo de conhecimento improdutivo. As pessoas que desconhecem, ou conhecem muito pouco dela podem ser induzidas a se perguntar afinal para que saber em que partes o ser humano se subdivide, para que saber sobre períodos diversos de desenvolvimento da humanidade em diferentes épocas culturais e o que ela desenvolverá posteriormente, para que entender de saúde espiritual (medicinas, terapias) ou de aconselhamento espiritual antroposófico. Não deveríamos aplicar sempre  a atitude realista  ao mundo, nos tempos atuais? Neste sentido muitos  seguidores devotados de Rudolf Steiner ainda  aplicam a Ciência Espiritual de uma maneira totalmente infrutífera, abstrata. Aprender sobre sua aplicação prática no dia a dia ao invés de se perder no passado ou se abstrair no futuro é realmente algo extremamente desafiante.

Muitos desconhecem a miríade de palestras que Steiner deu sobre a questão social e suas conclusões a respeito da transformação de tudo que falou antes no método educacional Waldorf. Mesmo que quisessem conhecer, elas não são todas encontradas na mesma língua, a não ser a língua alemã. Para os que dependem de traduções, como eu, torna-se muitas vezes uma busca incessante em diversos países.  Em uma de suas super agudas observações, Steiner recomendava que não se utilizasse o que ele tinha desenvolvido até ali como "social" ou "tripartição socioeconômica, cultural, na vida de Direitos" na forma como ele tinha colocado até então, mas sim, que se trabalhasse para desenvolver em cada circunstância em particular, para cada cidade, por exemplo, uma nova abordagem de acordo com as necessidades, a realidade do momento – o tal ponto presente, vivo.  Steiner disse provavelmente em Stuttgart entre 1917 e 1919 que tudo que ele tinha falado até então a este respeito específico estava superado, tinha que ser recriado sob novas circunstâncias – e criou o método Waldorf para superar o que já estava ultrapassado. Em outras palavras, tudo que Rudolf Steiner imaginou que poderia pavimentar a vida do ser humano em sociedade ele transmutou em método de ensino Waldorf ao atender positivamente ao pedido de seu amigo Molt para criar uma escola para os funcionários da fábrica Waldorf. Transformações que somente seres muito criativos conseguem abarcar, compreender. Uma forma se transmuta em outra e esta em outra e assim vai.  Seres humanos se desenvolvendo em setênios pedagogicamente, desenvolvendo as melhores qualidades, para tornarem-se cidadãos plenos – óbvio, não procure perfeições, não caia na armadilha de achar que todos os ex-alunos são santos, não é por aí.

Em uma de suas palestras Steiner se referia ao fato que a compreensão social entre seres humanos se oporia cada vez mais aos sentimentos e emoções gerados pelo nacionalismo – o que de fato ocorreu durante o trágico período de vigência do nacional-socialismo na Alemanha. Na atualidade, é através do sentimento de patriotismo, a consciência de soberania de um povo,  daquilo que faz cada brasileiro ser brasileiro nesta nossa miríade de raças, cores, etnias, línguas, origens culturais e etc., da qual somos formados, como povo brasileiro,  nas inúmeras qualidades , únicas em cada brasileiro que torna-nos capazes de compreender a observação do Terry Boardman no sentido de compreender que o nacionalismo ao qual o Rudolf Steiner se referia à época não é mais o mesmo sentido da palavra na atualidade pois ela se remete ao patriotismo, que é um verdadeiro sentimento, bem diverso do que foi o nacionalismo do século 19 e 2,  que culminou na II Grande Guerra e todos os seus horrores. O patriotismo também precisa estar alerta para não se perder em simpatias e antipatias nacionais no Brasil, em demérito da compreensão mútua,  mesmo levando em conta nossa crítica situação atual. Cada ser humano brasileiro traz em si algo diverso de outros povos – existe um sentimento natural de entendimento entre as pessoas e um amor à espiritualidade que se manifesta na procura das mais diversas formas de cristianismo que se manifestam no Brasil, em nossas raízes judaico-cristãs que nos fazem capazes de compreender e abraçar o judaísmo e colocar o que queremos que se transforme em ideal de desenvolvimento do amor universal, acima de diferenças religiosas, crenças, etc., e assim compreendemos todas as diferentes formas religiosas como o islamismo por exemplo, olhando para o ponto comum entre todos os seres humanos, o ponto do amor-universal, acima, muito acima das diferenças.

Um grande amigo já falecido que foi como um pai-espiritual para mim dizia que existem pessoas no jardim de infância e outras já com PhD em termos de evolução, vivendo na Terra neste momento.  Claro que mesmo assim todas enfrentam o  desenvolvimento em setênios de acordo com as variáveis de nosso tempo, o que faz com que alguns ainda estejam bem distantes de desenvolver o amor universal, de superar simpatias e antipatias, já que nestas constatações, excluímos aqueles que  não são simpáticos e quem nos é antipático.

No Brasil, embora muito retrógrados insistam em praticar o ódio mútuo, exercendo seus antagonismos, a grande maioria dos cidadãos não entra na hegemonia dos antagonistas e prefere o respeito mútuo a diversidade, a soberania. Só o fato de todas diferentes nacionalidades praticarem a língua portuguesa (demérito para os destruidores de nossa língua!) já denota como a compreensão mútua exerce suas qualidades, todos se comunicando na língua pátria e conhecendo o melhor dela para que se expressem de forma a serem compreendidos mutuamente, ao invés de praticarem dialetos mil.

Porém,  nem todos estão evoluindo, muitos ficam para trás e como é tudo muito dinâmico, quem não evolui, involui. Ao invés de ir criando mais e mais características holísticas evolutivas, infelizmente existem pessoas que seguindo deuses maléficos se animalizam de forma trágica, como vemos por exemplo no endurecimento da pineal por uso de drogas observada por neonatologistas e pediatras já na década de 80.

A compreensão mútua, acima de simpatias e antipatias com base no que conhecemos hoje sobre o amor universal, na Ciência Espiritual de Rudolf Steiner, nos testa através do medo, paúra, terror.

Tivemos um teste universal do medo, com a pandemia e estamos descobrindo a verdade sobre ela, mais e mais. Estamos vivenciando um teste  umbilicado à nossa sobrevivência física e econômica à medida que o Brasil naufraga, na atualidade. O medo é a substância que temos à disposição para transformarmos em coragem do coração.

Sabemos o que a falta de moralidade faz com o ser humano, com as ações suas no mundo. Sabemos que a falta de moralidade levará parte da humanidade, no futuro a não ser capaz de ter o poder do intelecto, perdendo a sagacidade, a esperteza, a inteligência.

Neste desenvolvimento atual de nossa alma da consciência-espiritual não podemos nos confundir e enxergar nacionalismo como patriotismo e vice-versa. O patriotismo atual é bem diverso daquele do século 19 e 20. Percebemos isto claramente na forma como os brasileiros se unem em torno da pátria Brasil, defendendo-a e querendo o melhor para todos os brasileiros ao invés de entrega-la a poderes internacionais que querem escravizar os brasileiros sob a desculpa de uma ordem mundial, um globalismo, uma agenda 2030. O brasileiro é gentil, pacífico, ordeiro, não é de sua natureza ser agressivo e praticar vandalismos e destruições, estas últimas são consequência do ódio que é infelizmente praticado por seres que carecem de evolução – um amigo que desenvolveu um projeto incrível, uma fazenda com horta bio-dinâmica e manejo florestal, recebia agricultores para trabalhar na fazenda e me mostrou em uma de minhas visitas ao local, ele tinha que alojar os agricultores, quando chegavam em locais de alvenaria, com poucos benefícios pois demorava uns 3 meses eles se acalmarem e pararem de destruir tudo. Este meu amigo, posso citar seu nome é Gerard Bannwart, já falecido. E ele também me contava que depois, com tudo que ele oferecia : alimento biodinâmico, creche Waldorf, atendimento médico, conhecimento em vários níveis, moradia própria, com o desenvolvimento de novas habilidades, os agricultores que trabalhavam em sua fazenda defendiam-na de invasores se colocando nos limites da fazenda, impedindo a entrada. Algo espontâneo e natural pois a todos ele,  era dada a possibilidade de evoluir em habilidades, conhecimento e inclusive na tecnologia.

Devemos nos manter alertas para não cair nas inverdades de nosso tempo e manter a nossa independência individual e como nação, como pátria pois no Brasil, nem temos como ser reflexo de um grupo nacionalista, tão diversos somos em nossas características físicas, em nossas crenças, em nossas culturas, tudo irmanado sob a mesma bandeira brasileira que respeita a nossa diversidade, a riqueza de nossas diferenças, o crescimento incrível e único que nós brasileiros sabemos bem fazer e que levou Rudolf Steiner a comentar de forma privada (está documentado num dos livros de Sergej Prokofieff) que se o bolchevismo tomasse conta da Rússia por muitas décadas e se de alguma forma a época eslava fosse atrofiada tudo que ele, Steiner disse a respeito da Rússia se aplicaria ao Brasil. (Não se engane, não está citado em palestras!). Eu perguntei pessoalmente sobre esta questão ao Prokofieff que foi pesquisar e escreveu a respeito, já que nos encontramos inúmeras vezes e tínhamos muitas perguntas mútuas pelo fato dele ser russo e eu brasileira.

Certa feita, observei a reação de um caipira bem lá no interior, tentando explicar a uma pessoa que pouco falava português como chegar a um determinado lugar – ele se desdobrava em mil para fazer as pontes entre o que  dizia e o pouco conhecimento de nossa língua manifestado pelo senhor estrangeiro e se fez entendido. A criatividade positiva do brasileiro que brota da necessidade de compreender o outro é algo maravilhoso e único. A gentileza do brasileiro genuíno, a boa vontade, é única.

 Todas as destruições praticadas atualmente nos remetem ao que foi praticado por 70 anos na Rússia,  Alemanha, na II Guerra e posteriormente até a Queda do muro de Berlim e clamam por nossa superação, enfrentando todos os desafios e nos transformando como indivíduos, como cidadãos,  para sermos mais ainda a pátria da diversidade e do amor-universal na qual com certeza poderemos nos tornar um dia, cultivando nossa língua-pátria, o português com esmero, até que todos sejam capazes de ter domínio total da língua através da qual nos comunicamos com todas as pessoas, sem querer tornar as pessoas em nosso espelho, respeitando nossas diversidades, sem nos perder em ideologias materialistas.

Conhecer um pouco, tocar somente na parte superior deste iceberg de conhecimento,  pode ser feito através da palestra abaixo, em inglês, tomando muito cuidado para não se deixar enganar achando que o patriotismo do brasileiro é o nacionalismo dos séculos 19 e 20.

Não existe na Terra um povo tão generoso e diverso quanto o brasileiro que se miscigena desde o Descobrimento em 1.500. Claro que entre nós existem pessoas retrógradas, que não compreendem estas questões e nos querem imitando o que foi feito no mundo, a partir de 1917... se desenvolvermos a moralidade em nosso intelecto, não seremos vítimas dos que criam mentiras, inspirados por poderes espirituais maléficos que querem a destruição da humanidade.

Estas são minhas considerações atuais.

Sonia von Homrich

05/04/2023

São Paulo, Brasil.



Joan of Arc (early 20th century) by Annie Louisa Swynnerton (1844-1933)

 JOAN OF ARC (FAITH)faith-t

Media: oil on canvas.

Dimensions: 790 x 890 mm (0.70 m²), Sotheby’s 2006 and 2007.

History: 1900-1905; exhibited New Gallery, 1904; Whitchapel Art Gallery, 1907; this or another version, present in Annie’s studio and visible in photo in The Times, 25 Nov 1922; auctioned Sotheby’s, 23 Jun 1981; auctioned Christie’s, Rome, 4 Dec 1984; auctioned Sotheby’s, London, 14 Dec 2006, unsold; auctioned Sotheby’s, London, 3 Oct 2007, unsold.

Location: unknown.

https://annielouisaswynnerton.com/list-of-works-blogged/


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