Paulo Briguet BSM. Reflexões sobre heróis brasileiros

 

Paulo Briguet Reflexões sobre os heróis brasileiros

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3 de Novembro de 2022 às 11:41

Os heróis brasileiros são homens e mulheres comuns, que não aceitam ser escravos de um sistema de poder essencialmente corrompido e perverso

Há tempos insisto que não estamos vivendo um processo eleitoral, mas um processo revolucionário, em que o império da lei e os direitos fundamentais pouco ou nada significam. A mentalidade revolucionária funciona da seguinte maneira: se houver leis escritas ou direitos naturais que dificultem a vitória final da revolução, serão sumamente ignorados. Esse modus operandi está perfeitamente descrito em um ensaio de Lev Trotsky publicado em 1936, A Moral Deles e a Nossa, algumas vezes traduzido como Moral e Revolução. Na visão esquerdista – que hoje prevalece em quase todas as instituições e seguramente na mídia inteira –, tudo aquilo que concorre para o triunfo revolucionário torna-se moralmente legítimo. Quando digo tudo, estou incluindo mentira, fraude, traição, roubo, tortura, escravidão, assassinato e crimes contra a humanidade. Essa diretriz foi reforçada por Herbert Marcuse em outro famigerado ensaio, publicado em 1968, em que o sociólogo alemão afirma claramente: “Toda tolerância com a esquerda, nenhuma tolerância com a direita”. É como se Marcuse e Trotsky fossem juízes de nosso Supremo Soviete.

Não existe possibilidade de vencer um processo de natureza revolucionária senão através de uma contrarrevolução. A diferença fundamental – e que nos diferencia da esquerda – está no condicionamento dos meios. Contrarrevolucionários possuem um código moral incontornável: as leis inscritas no coração humano pelo próprio Deus. É por esse motivo que o verdadeiro oponente ao socialismo-comunismo não é o capitalismo (um mero sistema econômico), mas o cristianismo. Não me cansarei nunca de dizer: a guerra é espiritual. Para nós, conservadores cristãos, os fins condicionam os meios.

 As multidões que foram às ruas neste 2 de novembro estão movidas por um sentimento básico de indignação, que pode se resumir em uma sentença: Não aceitaremos ser governados por um criminoso escolhido em um processo ilegítimo, injusto e viciado desde o princípio. No entanto, para imensa surpresa da esquerda, os métodos utilizados em nossa contrarrevolução continuam sendo não-violentos. Isso porque conservadores são, acima de tudo, pessoas normais, cuja tendência natural é obedecer à lei, se essa lei seguir a fonte de toda a autoridade: o próprio Deus. É significativo que esse gigantesco ato tenha ocorrido no Dia de Finados. “Tradição significa conceder votos à mais obscura de todas as classes: nossos ancestrais. É a democracia dos mortos. A tradição recusa submeter-se a essa arrogante oligarquia que meramente ocorre estar andando por aí”, escreveu Chesterton.

 Desobediência civil, greve geral, boicote e outros métodos pacíficos podem ser ainda utilizados pelo povo brasileiro até que a verdade seja restabelecida. Os heróis brasileiros são homens e mulheres comuns, que não aceitam ser escravos de um sistema de poder essencialmente corrompido e perverso. Herói é aquele cujas ações e obras permanecem para além de sua existência individual. Esses trabalhos que estamos iniciando agora essencialmente se destinam a proteger o futuro de nossos filhos e netos contra um dos dois sistemas políticos mais cruéis já conhecidos pelo homem. Nada temos a perder com o conhecimento da verdade. No entanto, nós só podemos atingi-la por meio da liberdade.

– Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.

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