Nosso Futuro no Presente? Sonia von Homrich
Creio que a imensa diferença entre a Pedagogia Waldorf
internacional e a brasileira é a alta qualidade dos alunos brasileiros. Nascer
no Brasil, mesmo quando se trata da primeira geração de "nascidos no
Brasil" com pais imigrantes, não se trata apenas de um acaso (fortuito a
meu ver). O brasileiro é muito diferente de qualquer outro povo. Seja por nossa
miscigenação, seja por termos a maior paciência com pessoas de outras culturas,
nós estamos sempre procurando entender, compreender as pessoas e não perdemos a
nossa individualidade no coletivo. Não confundimos as coisas. Tendo ou não
conhecimento esotérico, lá no fundo de nós mesmos, nós sabemos que é de extrema
importância o desenvolvimento da individualidade pois sem ela jamais
desenvolveremos a verdadeira compaixão social. E é bizarro encontrar pessoas
que achem que tem que perder a sua individualidade para o coletivo. Jamais
seremos retrógrados voltando para a QUARTA ERA CULTURAL. Estamos na Quinta Era,
desde a época dos Descobrimentos (para ser exata 1413) e nos encaminhamos para
a SEXTA a partir de cerca de 3.500 e não adianta querer também desenvolver
agora as qualidades da sexta ou retroceder para a quarta. Cada nação tem suas
próprias características e nós brasileiros, somos sim bem diferentes - não
apenas diversos uns dos outros, mas de outras nacionalidades pois cultivamos
esta habilidade de desenvolver nossa individualidade e compreendermos o outro.
Somos sensíveis de uma forma bem diversa. Assim, a Pedagogia Waldorf aqui
aplicada a brasileiros, encontra um terreno fértil onde as qualidades
individuais são exponenciadas e isto se reflete no social, obviamente. Vejam
como sem a Pedagogia Waldorf, mas com as características nossas de cidadãos, o
Presidente Bolsonaro se preocupa com ambas - saúde e economia para proteger o
social. Podemos retornar à belíssima descrição de Stephan Zweig sobre os
brasileiros em "Brasil, país do futuro" e a partir deste ponto
procurar compreender, entender melhor como somos forjados, qual o nosso
caráter, que qualidades temos a fazer crescer exponencialmente para um dia
desenvolvermos o nosso Self Espiritual plenamente. https://www.estantevirtual.com.br/.../brasil.../1205271567
Em termos da Língua Portuguêsa-Brasileira, não importa a
origem em termos de nacionalidade, aqui a tendência é todos falarem a língua do
Brasil. Todos fazem questão de aprender. E não vivemos em guetos como outros
países. Nos casamos por amor a pessoas de várias nacionalidades, etnias, cores,
línguas. E o que nos une é a Língua P-Brasileira.
Chamo sua atenção para a Pedagogia Waldorf - por setênios, que
enfatiza como as crianças aprendem por imitação nos primeiros anos de sua
vida... (lembrando o texto abaixo do Jung) conhecer a Pedagogia Waldorf de Rudolf Steiner
ajuda sobremaneira a direcionar a pedagogia de maneira iluminada. Se bem que
encontrei jovens adultos em diversas partes do mundo que me disseram que a
partir dos 14, 15 anos, eles prefeririam estudar em outras escolas pois o
método Waldorf não os ensina como se esforçar - mesmo sendo esta uma
característica individual, o fato de não competirem, segundo a percepção destes
jovens com 22, 25 anos, de certa forma eles "perdem".
Talvez seja apenas uma questão de ajustes?
Também ví em certas escolas alemãs a opção por aprender
russo pois esta será (talvez) a próxima era eslava (nem consideram que pode nem
ser) - como se aprender hoje para viver após o ano 3.500... falando a língua do
período futuro, me parece bem procurar a felicidade onde ela não se encontra,
no presente.
Então por mais iluminada que seja a Pedagogia, ela deve sim
se tornar cada vez mais sábia de acordo com as necessidades da época que
vivemos, no PRESENTE.
Criei a disciplina de pós graduação: Liderança Colaborativa
através da Negociação e Mediação Corporativas para um convênio entre o Tribunal
de Justiça de SP e a FECAP - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.
Talvez devamos nos perguntar se na Europa, a Pedagogia
Waldorf difere do que se pratica aqui no Brasil, para melhor obviamente, no que
se faz aqui. Lembro-me que o Sergej O. Prokofieff dizia que na
"periferia" do movimento antroposófico, as pessoas eram mais
autênticas. Autênticas no sentido que o próprio Rudolf Steiner recomendou que
as pessoas soubessem adaptar suas orientações para as necessidades do presente
momento no qual vivemos.
Para se refletir.
Obviamente o feedback de vários jovens adultos (entre 22 e
30 anos) foi feito na Europa, por europeus e ingleses.
De Carl Jung
Quando você negligencia seu próprio bem-estar buscando o
bem-estar das crianças, você deixa às crianças uma herança péssima, uma
impressão muito ruim do passado. Se você se tortura para produzir algo para as
crianças, você dá à elas a imagem de uma vida torturada.
Portanto, fora com tudo isso.
Se você está sempre se preparando para a felicidade das
crianças, você não sabe como cuidar de sua própria felicidade, nem as crianças
aprendem a cuidar da (felicidade) delas. Elas, por sua vez, se manterão
preparando a felicidade de seus netos, e os netos para os bisnetos, e assim a
felicidade estará sempre em algum lugar no futuro.
When you
neglect your own welfare in seeking the welfare of the children, you leave the
children a bad inheritance, a very bad impression of the past. If you torture
yourself in order to produce something for the children, you give them the
picture of a tortured life.
Therefore
away with all that.
If you are
always preparing for the happiness of the children, you don't know how to look
after your own happiness, nor do the children learn how to look after theirs.
They in turn may go on to prepare for the happiness of your grandchildren, and
the grandchildren for the great-grandchildren, and so happiness is always
somewhere in the future.
Você acha que a felicidade é algo a ser alcançado no futuro,
que você não pode alcançá-la, mas seus filhos a terão. Então você enche sua
vida de ambições para que aquele reino venha e ele nunca o faz. Cada geração
está fazendo algo para isto. Todos se torturam de forma que as crianças devam
alcança-la, mas as crianças crescem e são tão tolas quanto nós.
Tente fazer isso aqui e agora, para você mesmo. Isto é um
bom ensino. Então as crianças tentarão fazer isto aqui e agora para si mesmas –
então isto poderá vir para o mundo real. Não seja antinatural e busque a
felicidade nas próximas gerações. Se você está muito preocupado com seus filhos
e netos, você simplesmente os sobrecarrega com as dívidas que você contraiu.
Porquanto, se você não contrai dívidas, se você vive simplesmente e se torna o
mais feliz possível, você deixa a melhor das condições para seus filhos. Em
todos os eventos, você deixa um bom exemplo em como cuidar de si mesmo. Se os
pais cuidam de si mesmos, as crianças também cuidarão. Elas não estarão
procurando (no futuro) a felicidade dos netos, mas farão o que for necessário
para ter uma quantidade razoável de felicidade, elas mesmas
C.G.Jung – Seminário sobre Zarathustra de Nietzsche.
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