08 dezembro 2025

Sintoma Realidade Alma da Consciência. Rudolf Steiner

Do Sintoma à Realidade
Alma da Consciência
Tradução e adendos Sonia von Homrich

 

O ser humano pode desenvolver a Alma da Consciência reagindo contra uma civilização mecanicista moribunda.

Devemos realmente dar atenção a esse pensamento científico se, do ponto de vista da quinta época pós-Atlântida, a época da Alma da Consciência (Alma da Consciência Espiritual), nós desejarmos penetrar na verdadeira realidade da evolução humana.

É uma característica do pensamento científico moderno o fato de só conseguir apreender o "cadáver" da realidade, o fantasma. Devemos ter isso bem claro, pois é importante.

O método científico parte da observação e procede à experimentação, e isso se aplica a todas as esferas. Agora, existe uma ampla diferença entre a observação da natureza e o conhecimento que é confirmado por provas experimentais. A observação da natureza — com diferentes nuances — foi comum a todas as épocas.

Mas quando o ser humano observa a natureza, ele se torna um com a natureza e participa da vida da natureza.

Mas, por mais estranho que pareça, esta comunhão com a natureza embota a consciência até certo ponto. Não se pode viver a vida da natureza e, ao mesmo tempo, conhecer ou ter cognição no sentido em que a moderna Alma da Consciência entende esse termo.

Não se pode fazer ambas as coisas ao mesmo tempo, assim como não se pode estar dormindo e acordado ao mesmo tempo. Se alguém deseja viver em comunhão com a natureza, deve estar preparado, em certo sentido, para entregar (submeter) sua consciência à natureza. É por isso que a observação da natureza não pode desvendar seus segredos, porque quando o ser humano observa a natureza, sua consciência fica de certa forma obscurecida e os segredos da natureza lhe escapam. Para apreender os segredos da natureza, ele deve estar vivo, acordado ao suprassensível.

 Não se pode desenvolver a Alma da Consciência em um estado semiconsciente, um estado de diminuição da consciência, e portanto, a ciência natural moderna tenta, quase instintivamente, dispensar a observação e depender da experimentação para suas descobertas.

 Experimentos foram realizados até mesmo nos campos da biologia e da antropologia. [...] O conhecimento da natureza só se torna amadurecido para a exploração técnica quando passa pelo processo indireto da experimentação.

 O conhecimento da natureza que até então havia sido introduzido na vida social ainda não havia atingido o estágio da técnica. Seria monstruoso falar de técnica a menos que ela se preocupasse puramente com a aplicação da experimentação à ordem social ou àquilo que serve à ordem social.

 Assim, o homem moderno introduz na ordem social os resultados do conhecimento experimental na forma de técnica; ou seja, ele introduz as forças da morte. [...] Surge então a questão: se a técnica moderna é simplesmente uma fonte de morte, como inevitavelmente deve ser, por que surgiu? Certamente não para proporcionar à humanidade o espetáculo das máquinas e da indústria, mas por uma razão totalmente diferente. Surgiu precisamente por causa das sementes da morte que carregava em si; pois se o ser humano está cercado por uma moribunda civilização mecânica, é somente reagindo contra ela que ele pode desenvolver a Alma da Consciência.

 Fonte: Rudolf Steiner.GA185. Do Sintoma à Realidade na História Moderna. Palestra III. GA 185. Dornach, 20 Out 1918.

https://rsarchive.org/Lectures/GA185/English/RSP1976/19181020p01.html

 

 

Conteúdo. GA 185

 

I. O Nascimento da Alma Consciente 18 de outubro de 1918

Uma pesquisa histórica da nossa época sob o ponto de vista da Alma da Consciência. A verdadeira realidade se esconde por trás dos eventos. Os grandes turning points na evolução da humanidade, quando a vida da alma passa de um estágio de desenvolvimento para outro estágio. Na Idade Média, o impulso universalista do catolicismo era predominante e se apoiava em seu poder de sugestão. O conflito entre o papado e o império — declínio do poder católico.

Sintomas da nova era — a transferência do papa para Avignon em 1303, a supressão da Ordem dos Templários e as migrações mongóis. Existência de um complexo mais ou menos homogêneo que mais tarde deu origem à França e à Inglaterra. Joana d'Arc e o surgimento do nacionalismo em 1429. O nacionalismo como fator unificador.

O conflito entre o Império Central e o Império Oriental, levando à atividade colonizadora e à miscigenação dos povos eslavos e teutônicos. As revoltas camponesas e a ascensão do poder dos Habsburgos. O crescimento das cidades entre os séculos 13 e 15, com suas perspectivas urbanas específicas. A preparação do governo parlamentar na Inglaterra como resultado das guerras civis. O nascimento do impulso da Alma da Consciência. A estrutura política e social da Rússia baseada na tradição. A revolta da personalidade autossuficiente contra o impulso universalista do catolicismo não trouxe novas ideias criativas. Hus, Savonarola, Calvino e Lutero desafiaram as ideias tradicionais, mas não foram criativos. O alvorecer da Alma da Consciência significa uma nova relação com as ideias criativas do passado.

 O impulso nacional e a emancipação da personalidade independente seguiram caminhos diferentes na França e na Inglaterra. Na França, o elemento nacional está orientado para o homem e leva à Revolução de 1789; na Inglaterra, orientado para a humanidade e leva ao liberalismo. Aqui, o elemento pessoal transcende o nacionalismo e busca abarcar o mundo inteiro. Significado da Batalha de Trafalgar. Na América do Norte, por volta de 1780, a nuance especificamente francesa, o Romanismo, é subvertida pelo elemento anglo-saxão e se perde para o mundo. A personalidade característica da ascensão da Alma da Consciência é James I da Inglaterra.

II. Sintomatologia dos Séculos Recentes 19 de outubro de 1918

Contradições nas personalidades da época da Alma da Consciência, por exemplo, James I. Perda de energia criativa nesta época. Crescente divergência entre o caráter francês e o inglês. Consolidação da ideia de Estado sob Luís XIV, uma consequência do Caos da Guerra dos Trinta Anos. A emancipação da personalidade e sua expressão caótica na Revolução Francesa.  Liberdade, igualdade e fraternidade devem ser corretamente associadas à divisão tripartite do homem (Pensar, Sentir, Querer). A Revolução foi toda alma sem corpo, Napoleão todo corpo sem alma. Os ciclos de sete anos na vida de Napoleão. O propósito da Alma da Consciência é desenvolver a independência e a autossuficiência. A necessidade de abandonar antigos apoios e desenvolver a própria fé religiosa (individual). Perigos potenciais. Roma opôs-se ao desenvolvimento da Alma da Consciência e desejava manter o homem no nível da Alma Intelectual ou da Razão (anterior). O sufocamento da aspiração à Alma Consciente pela ressurreição de tradições de uma época passada, como a Maçonaria e os impulsos da época egípcio-caldeia. As duas correntes da história recente: a busca caótica por liberdade, igualdade e fraternidade; as diversas Ordens que buscam sufocar o despertar da Alma da Consciência para seus próprios fins. Assim, o impulso de transcender o nacionalismo pelo desenvolvimento da personalidade foi enfraquecido. O liberalismo, que visava ao esclarecimento político, declinou no último terço do século XIX. Espírito e alma deixaram de ser forças ativas; o mundo do fenômeno tornou-se a única realidade. O socialismo como um dos sintomas mais significativos dos tempos modernos. Os três princípios do socialismo — a concepção materialista da história, a teoria da mais-valia e a teoria da luta de classes — Marx, Engels e Lassalle. Nascimento do socialismo internacional. Outro sintoma de nosso tempo: a criação de problemas insolúveis, como a Alsácia.

III. Características dos Sintomas Históricos nos Tempos Recentes 20 de outubro de 1918

A ascensão do socialismo e suas limitações. A significância do modo do pensamento científico. O nascimento da era da máquina. Atividades de colonização dependentes das conquistas da ciência natural. A importância da colonização para a época da Alma da Consciência. O impulso da Alma da Consciência põe fim à diferenciação entre os homens. A diferença entre a observação da natureza e o conhecimento derivado da experimentação pode ser explorada tecnicamente. As técnicas introduzem forças de morte na vida social. Ao reagir contra as técnicas, o homem desenvolve a Alma da Consciência. A relação entre a consciência e as forças da morte. A função dos processos catabólicos no homem. O governo parlamentar termina na supressão da personalidade; a democracia termina no igualitarismo.

As lojas maçônicas e o mistério do nascimento e da morte. Os impulsos do papado se voltam contra o catolicismo, cf. Garibaldi. A tradição bizantina na ortodoxia russa, uma força poderosa em oposição à emancipação da personalidade. A Rússia carrega em si as sementes do Eu-Espiritual.

O encontro de Goethe e Soret em 1830. A controvérsia entre Cuvier e Geoffrey de Saint-Hilaire. Este último vê a natureza como um organismo vivo, o anterior compara e classifica organismos. O pensamento ainda ativo no sono. O que os Deuses implantaram na vida instintiva nos tempos antigos deve ser substituído pelo conhecimento suprassensível. As conquistas da ciência moderna, etc., devem ser transformadas pelos insights em suprassensível. O homem deve se abrir ao suprassensível de forma que aquilo que o seu Eu Espiritual prepara possa entrar em seu EU. A história moderna falha  em penetrar nas realidades espirituais, e a medicina moderna falha em conectar sintomas com a origem cósmica. A doença como uma visitação divina. Relação entre epidemias e a periodicidade das manchas solares.

Between 1860 and 1873 a tendency towards altrusim. The need to awaken an active interest in our fellow men. Importance of sickness and a positive attitude to life.

IV. O Significado Histórico do Modo de Pensar Científico 25 de outubro de 1918

Diferença entre o conhecimento derivado da observação da natureza e da experimentação. Os fatos históricos são símbolos de uma realidade subjacente. O desenvolvimento da Alma da Consciência deve ser acompanhado pela receptividade ao espiritual. Importância da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia para uma vida cooperativa. Os revolucionários sociais, os mencheviques, desprovidos de ideias. Os bolcheviques, a ala da esquerda radical do Partido Social-Democrata, assumem o poder; opondo-se a uma visão de mundo espiritual, a um “Weltanschauung” Espiritual. Ideias frutíferas só poderiam surgir de uma perspectiva espiritual, mas foram rejeitadas pelas classes oprimidas. O proletariado, produto da era da máquina e puramente pragmático em sua visão. Isolado da natureza, cercado por um ambiente mecanizado, concebe o mundo e a ordem social como uma vasta máquina.

Entre 1860 e 1873, houve uma tendência ao altruísmo. A necessidade de despertar um interesse ativo pelos nossos semelhantes. Importância da doença e a atitude positiva perante a vida.

As forças do nascimento e da morte ativas através da vida do homem. Na época greco-latina, elas se equilibravam até o inicio dos 30 da vida humana.  Na época da Alma da Consciência, o desenvolvimento intelectual cessa antes do meio da vida. Hoje devemos conscientemente criar e destruir, devemos reconhecer a impermanência das coisas. Nascimento e morte devem estar entrelaçados em nossa vida social. Na quinta época pós-Atlântida, o Mal se desenvolverá no ser humano e, na sexta época, será (o Mal) experimentado externamente. Cristo está destinado a aparecer novamente, no corpo etérico, na quinta época (Apareceu a partir de 1933). O impulso crístico nascido a partir das forças da morte. Através das forças do mal, a humanidade será direcionada a uma experiência renovada do Mistério do Gólgota.

V. O Elemento Suprassensível no Estudo da História 26 de outubro de 1918

Relacionamento do Mistério do Mal ao Mistério da Morte e o Mistério do Gólgota. O propósito das forças que trazem a morte ao homem é dotá-lo da capacidade de desenvolver a Alma da Consciência. Forças do Mal  necessárias para o desenvolvimento da Alma da Consciência; elas despertam no homem o desejo pela vida do espírito.

A necessidade de desenvolver uma compreensão compassiva pelos outros na época da Alma da Consciência em quatro domínios. Primeiro, os homens se verão de forma diferente no futuro. O papel da arte. Segundo, uma nova compreensão será desenvolvida. Os homens serão capazes de ouvir a alma através da linguagem e experimentarão uma sensação de cor. Terceiro, eles experimentarão em sua respiração as reações emocionais dos outros. A respiração se adaptará à vida afetiva dos outros. E quarto, os homens aprenderão a ‘digerir’ uns aos outros na esfera da vontade. Mas todas essas forças só serão plenamente desenvolvidas nos períodos de Júpiter, Vênus e Vulcano.

Hoje é necessário superar as tendências “particularistas”. O homem se rebela contra isso; a disseminação da doutrina da autodeterminação nacional se opõe ao curso divino ordenado da evolução.

A esterilidade da Maçonaria moderna: dificuldades de se adotar a Antroposofia. Os "profetas" modernos e o caminho fácil para o espírito. Uma lembrança dos quatro passos do desenvolvimento futuro e porque a extrema esquerda chegou ao poder na Rússia.

VI. Breves Reflexões sobre a Publicação da Nova Edição de ‘A Filosofia da Liberdade’ (de Rudolf Steiner) 27 de outubro de 1918

O envolvimento do Dr. Steiner nos impulsos da quinta época pós-Atlântida. O convite para ir a Weimar e sua colaboração na edição de Weimar,  das obras de Goethe. Weimar como um centro de acadêmicos internacionais de renome.

Discussão da primeira seção da Filosofia da Liberdade (Rudolf Steiner). Necessário estabelecer a ideia de liberdade em uma base científica sólida. A alma do homem permeada pelo processo cósmico; o pensamento científico moderno está atrelado ao mundo dos fenômenos e incapaz de chegar a uma filosofia da liberdade. A segunda seção do livro trata da realidade da liberdade que pode tornar-se uma força motriz na vida social. Apelo ao individualismo ético; devemos superar a restrição das leis naturais e das normas morais convencionais.

O Dr. Steiner mudou-se para Berlim. Assumiu a revisão da revista Das Magazin como plataforma para suas ideias. Encontrou algum apoio de B. Tucker e J. H. Mackay. Oposição de seus contemporâneos e do corpo docente de Berlim. A vulgaridade das ideias de Bölsche, populares na época. Mais detalhes da vida em Berlim — o caso Dreyfus, críticas a Max Halbe, amizade com O. E. Hartleben e o rompimento com a revista Magazin.

Associação do Dr. Steiner com o Colégio Operário de Berlim. Operários socialistas contaminados pelo positivismo e pelo marxismo. Liberdade sem espaço no programa socialista. Rosa Luxemburgo sobre "Ciência e os Trabalhadores". Fracasso das profissões aprendidas — suas ideias sem fundamento espiritual.

Convidado para palestrar perante a Sociedade Teosófica de Berlim. Sua associação com o movimento teosófico e discurso perante o congresso em Londres, presidido pela Sra.Besant. Não encontrou apoio para as ideias da Filosofia da Liberdade.

Necessidade de compreender a ideia e a importância do individualismo ético, de desenvolver um pensamento livre da tirania dos sentidos, um pensamento científico disciplinado combinado com insights do mundo espiritual.

Steiner's formative years at Neudörfl. The problem of Cis-Leithania and trans-Leithania. His environment held little interest for him. Education in the Realschule at Wiener-Neustadt with emphasis on natural science. Brief comments on his teachers.

VII. Reflexões Incidentais por Ocasião da Nova Edição de ‘Goethes Weltanschauung’ “Visão de Mundo de Goethe”. 1 de novembro de 1918

Razões para a escolha do nome Goetheanum para o Centro Antroposófico em Dornach. A atividade literária inicial do Dr. Steiner associada a Goethe e ao Goetheanismo. Eventos históricos e a vida de indivíduos como indicadores: é preciso olhar além dos fatos para verificar seu significado interior.  O desejo por uma visão suprassensível hoje, mas a relutância em se submeter ao treinamento necessário. A lei da causalidade e o destino de Robert Hamerling.

O austríaco, de ascendência e afiliação racial alemã, e sua estranha posição na Alemanha Imperial — diferentes modos de apreensão, etc.

Os anos de formação de Steiner em Neudörfl. O problema da Cis-Leithânia e da trans-Leithânia. Seu ambiente lhe despertava pouco interesse. Educação na Realschule em Wiener-Neustadt com ênfase em ciências naturais. Breves comentários sobre seus professores.

A área dos Habsburg: Cisleithania nome informal da Austria, parte noroeste do Império Austro-Húngaro (1867-1918), “ao lado do Rio Leitha”, formando fronteira com a Hungria (Transleithania), incluía os territórios de Austria, Boêmia, Galícia, Dalmatia, com Viena como capital, contrastando com as terras da Hungria à leste do rio.

Supera o horizonte limitado do background austríaco e se volta para o legado da cultura alemã e do goetheanismo. O Goetheanismo, impulso vital para a época moderna — uma cristalização de diversos impulsos da quinta época pós-Atlântida. Um fenômeno isolado que jamais se popularizará. Os impulsos espirituais da época remotos da realidade, cf. as igrejas e universidades.

R. Steiner's arrival in Weimar 1889. Influence of K. J. Schröer and H. Grimm. Schröer's work on Goethe not taken seriously by the universities. Goethe's significance for our time — his Weltanschauung rests on a scientific foundation; Goethe's intuitive perception of nature and his conception of man as an integral part of the cosmos. Goethe a universal genius — his phenomenal versatility. Purpose of the book, , to awaken Steiner's contemporaries to a knowledge of t he real Goethe. Goetheanism prepares the ground for spiritual science. The Philosophy of Freedom intended to serve the needs of the time and offer a challenge to the destructive forces acting against the spirit of the age. Steiner's work sets out to develop insight into, and understanding of what is needed, and to preserve the world from the havoc of Wilsonism.

A chegada de R. Steiner a Weimar em 1889. Influência de K. J. Schröer e H. Grimm. A obra de Schröer sobre Goethe não é levada a sério pelas universidades. A importância de Goethe para o nosso tempo — sua visão de mundo – Weltanschauung – fundamenta-se em fundamentos científicos; a percepção intuitiva de Goethe sobre a natureza e sua concepção do homem como parte integrante do cosmos. Goethe, um gênio universal — sua versatilidade fenomenal. O objetivo do livro, A Visão de Mundo de Goethe, Goethes Weltanschauung, é despertar nos contemporâneos de Steiner o conhecimento do verdadeiro Goethe. O Goetheanismo prepara o terreno para a ciência espiritual. A Filosofia da Liberdade pretendia atender às necessidades da época e oferecer um desafio às forças destrutivas atuando contra o espírito da época. A obra de Steiner busca desenvolver o insight e o entendimento do que é necessário e preservar o mundo da devastação do Wilsoniasmo.

 Wilsonianismo refere-se aos princípios idealísticos de políticas externas do Presidente Woodrow Wilson, enfatizando disseminar a democracia, o capitalismo, a diplomacia aberta, a auto-determinação para a paz mundial, notadamente através da Liga das Nações

VIII. Impulsos Religiosos da Quinta Época Pós-Atlântida 2 de novembro de 1918

Três correntes de evolução são confluentes no homem. No decorrer da época pós-Atlântida, o ser humano atinge a maturidade física em idades cada vez mais precoces, por exemplo, na Índia antiga aos cinquenta anos, hoje aos vinte e oito. A humanidade como um todo, atualmente, desenvolve-se até o estágio da Alma Sentiente. Na segunda corrente de evolução, o indivíduo desenvolve a Alma da Consciência. A terceira corrente de evolução é a dos povos ou nações — o povo italiano desenvolve a Alma Sentiente, o francês a Alma Intelectual e os povos de língua inglesa a Alma da Consciência.

Nascimento do Povo de Cristo no Oriente, no século 9. Diferenciações do impulso crístico na Europa. O povo russo como veículo para a revelação do impulso crístico. A controvérsia entre Photius e o Papa Nicolau I.

Solovieff desejava espiritualizar o mundo material. A segunda diferenciação do impulso crístico observada na Igreja de Roma a qual transformou a soberania espiritual de Cristo em soberania temporal da Igreja.

O desenvolvimento da Alma Consciente leva aos ensinamentos reformistas, como os de Lutero, Zwingli, Calvino, etc. Conflito com Roma. O Povo da Igreja. O jesuitismo como milícia da Contrarreforma. Os exercícios espirituais de Inácio de Loyola. Resultados do jesuitismo. Polaridade entre Goetheanismo e Jesuitismo.

IX. A Relação entre os Profundos Impulsos Europeus e os da Atualidade 03 de novembro de 1918

Interação das três correntes de evolução — a da humanidade como um todo, a do homem como indivíduo e a das almas de Volk. Ação do Impulso Crístico em três níveis, cf. Wilhelm Meister e a galeria de imagens. Representação pictórica da (a) história mundial e a evolução da humanidade, (b) a vida de Cristo até a Última Ceia, (c) da Última Ceia até Sua Morte e Ressurreição. A atmosfera do Graal no Wilhelm Meister de Goethe. Essas três correntes da evolução assumem formas diferentes, por exemplo, no Arianismo e no Athanasianismo. A disputa doutrinária sobre a relação de Deus-Pai com Cristo-Filho. Ulfilas e sua tradução da Bíblia. Vitória do Atanasianismo através de Clóvis e Carlos Magno: a transição para o Catolicismo Romano.

A civilização celta na Europa: sua sobrevivência no País de Gales. Os celtas e a estrutura autoritária e aristocrática da sociedade, cf. Rei Arthur e seus Cavaleiros. Entre aqueles ainda influenciados pelos celtas, Cristo surge como um senhor feudal, como no épico religioso Heliand.

Os membros das Lojas na Europa Ocidental. Sua relação com o jesuitismo. A obra de Herbert de Cherbury. Fruto do impulso das Lojas foi o Iluminismo e o espírito de racionalismo em todas as esferas. Cristo apenas como mestre. O deísmo do Iluminismo em Harnack. A corrente do Graal e o Goetheanismo — sua antítese à corrente arturiana.

Goethe e a Alma da Consciência. Nascimento do socialismo. Polaridade entre individualismo e socialismo. Objetivo do socialismo: realizar a fraternidade no organismo social, a liberdade na esfera da religião e a igualdade no domínio do conhecimento. Paul Ernst e seu artigo sobre coragem moral no Frankfurter Zeitung.

 

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