Essência e significado dos Dez
Mandamentos. Rudolf Steiner
Palestra proferida em Berlim em
16/11/1908
Tradução Sonia Setzer
http://sab.org.br/antrop/GA-107-DezMandamentos.htm
Revisão Sonia von Homrich
Esta palestra, pertencente ao
ciclo Geisteswissenschaftliche Menschenkunde [estudo do ser humano
segundo a ciência espiritual] (19 palestras proferidas em Berlim de 19/10/1908
a 17/6/1009, GA 107), foi traduzida do alemão para o inglês por Frieda Salomon
e Mel Belenson, publicada pela The Anthroposophic Press (1978). https://www.rsarchive.org/Lectures/GA/index.php?ga=GA0107
Traduzida do inglês para o
português por Julio Avero a partir da edição eletrônica disponibilizada por
essa editora (www.anthropress.org), para estudo no Ramo Rudolf Steiner de São
Paulo, da Sociedade Antroposófica no Brasil. Sonia Setzer fez uma re-tradução a
partir da edição de bolso em alemão, Dornach: Rudolf Steiner Verlag 1989, pp.
115-131. Para ser bem compreendida, esta palestra requer conhecimentos básicos
de Antroposofia, como os do texto: Uma
introdução antroposófica à constituição humana. Versão atual: 28/9/06.
Continuando o estudo iniciado na
semana passada com a observação das formas de doenças e da vida saudável do ser
humano, iremos nos aprofundar e detalhar cada vez mais assuntos relacionados
com esse tema no decorrer deste inverno. Nossas considerações culminarão então
com um conhecimento da natureza humana em geral, que será mais preciso do que
tinha sido possível com os meios até então disponíveis pela Antroposofia. Hoje,
por precisarmos disso mais tarde, teremos que incluir uma discussão sobre a
natureza e o significado dos Dez Mandamentos de Moisés. Pois em breve teremos
que dizer algo sobre o significado profundo de conceitos tais como pecado
original, redenção e assim por diante, e veremos como esses conceitos recuperam
novamente seu significado sob a luz de nossas últimas conquistas, incluindo
aquelas da ciência. Para esse fim precisamos primeiramente examinar mais de
perto a essência desse documento singular, que se sobressai desde os primórdios
da história israelita e aparece para nós como uma das mais importantes pedras
estruturais do templo que foi edificado como uma espécie de ante-sala para o
cristianismo. Justamente em um documento tal como os Dez Mandamentos pode ficar
cada vez mais evidente o quão pouco a forma como os homens conhecem hoje a
Bíblia corresponde a esse documento. Dos detalhes comentados nas últimas duas
palestras públicas sobre "Bíblia e Sabedoria"[1], os senhores terão
obtido a sensação que não seria correto se alguém dissesse tratar-se
simplesmente de passagens isoladas das traduções, não havendo necessidade de se
ser tão preciso! Seria um julgamento muito superficial tratar essas coisas
dessa maneira! Recordem que apontamos para o fato[2] de que a tradução correta
do quarto versículo do segundo capítulo do Genesis em realidade deveria ser:
"O que segue falará das gerações[3], ou aquilo que se origina do céu e da
terra", e que no Genesis é usada a mesma expressão para "os
descendentes do céu e da terra" como no trecho onde, mais adiante, se lê:
"Este é o livro das gerações[4] – ou descendentes – de Adão". A mesma
palavra é usada em ambos os casos. É de grande significado que na descrição da
origem do ser humano a partir do céu e da terra é usada a mesma palavra
utilizada mais tarde, quando se fala dos descendentes de Adão. Tais coisas não
são apenas uma emenda pedante que corrigiria um pouco a tradução, mas elas atingem
o cerne não apenas de nossas traduções, como também do entendimento desse
documento primordial da humanidade. Em realidade falamos, por assim dizer, das
fontes de vida da nossa visão antroposófica do mundo, quando dizemos que uma
das tarefas mais importantes dessa visão de mundo, de fato, da própria
Antroposofia, é resgatar a Bíblia em sua forma verdadeira para a humanidade.
Aqui, o que foi dito de maneira genérica, interessa-nos principalmente no que
diz respeito aos Dez Mandamentos.
Os Dez Mandamentos são
interpretados pela grande maioria dos homens de hoje como se fossem disposições
legais, isto é, como as leis determinadas por qualquer estado moderno. É
preciso admitir, contudo, que essas leis contidas nos Dez Mandamentos são mais
amplas, mais abrangentes, e sua validade independe deste tempo e deste espaço.
Portanto, são consideradas leis mais gerais, mas então se tem na consciência
que assim apenas devem ter o efeito ou o mesmo objetivo de qualquer legislação
moderna. Desse modo, entretanto, interpreta-se erroneamente a verdadeira
essência que nelas habita. Essa interpretação errônea evidencia-se pelo fato de
todas as traduções disponíveis à humanidade no presente terem incorporado
inconscientemente uma explicação essencialmente superficial, que não se
aprofunda no espírito desses Dez Mandamentos. Quando nos aprofundamos nesse
espírito, os senhores verão como o sentido desses Dez Mandamentos ajusta-se nas
considerações que acabamos de começar, e em relação às quais, na contemplação
dos Dez Mandamentos, parece que estaríamos fazendo um desvio inadequado.
A título de introdução, vamos
fazer pelo menos uma tentativa aproximada de exprimir os Dez Mandamentos em
nossa língua, e então tentar abordar o assunto mais de perto. Nessa tradução
dos Dez Mandamentos – se quisermos chamá-la assim – muita coisa terá que ser
aperfeiçoada. A essência, porém, o sentido real, deve ser atingido em nossa
língua na forma dos Dez Mandamentos que se segue, como veremos logo adiante.
Quando se os traduz de acordo com o sentido do texto, sem abrir o dicionário
para traduzir palavra por palavra – em tal tradução naturalmente só se pode
esperar o pior, pois o que importa é o valor da palavra e todo o valor anímico
que isso tinha em seu próprio tempo – quando se extrai o sentido, esses Dez
Mandamentos se apresentariam assim:
Primeiro Mandamento. Eu sou o
aspecto divino eterno que experimentas em ti mesmo. Eu te conduzi para fora da
terra do Egito onde não podias seguir-Me em ti. De agora em diante não deverás
colocar outros deuses acima de “Mim”. Não deverás reconhecer como deuses mais
elevados aquilo que te mostra uma imagem de qualquer coisa que apareça em cima
nos céus, que atue a partir da terra, ou entre o céu e a terra. Não deves
adorar o que disso tudo se encontra abaixo do que há de divino em ti. Pois Eu
sou o eterno em ti, que atua no corpo e consequentemente nas gerações
vindouras. Eu sou um elemento divino que se perpetua. Se não Me reconheces em
ti, desaparecerei como tua natureza divina em teus filhos, netos e bisnetos, e
o corpo deles tornar-se-á ermo. Se Me reconheces em ti, continuarei vivendo
como sendo tu, até a milésima geração, e os corpos de teu povo irão prosperar.
Segundo Mandamento. Não deverás
falar em vão de “Mim” em ti, pois tudo que for falso concernente ao Eu em ti
corromperá teu corpo.
Terceiro Mandamento. Deves
distinguir dia de trabalho de dia de descanso, de forma que tua existência
possa tornar-se uma imagem de “Minha” existência. Pois aquilo que vive como Eu
em ti criou o mundo em seis dias e viveu dentro de si mesmo no sétimo dia.
Portanto, teus afazeres e os afazeres de teu filho e os afazeres de tua filha e
os afazeres de teus empregados e os afazeres de teus animais e de qualquer
outra coisa que esteja contigo, devem estar voltados para o exterior apenas
durante seis dias; no sétimo dia, entretanto, tua contemplação deve Me procurar
em ti.
Quarto Mandamento. Continua a
atuar no mesmo sentido de teu pai e mãe, para que as propriedades que eles
conseguiram pelo poder que “Eu” desenvolvi neles permaneçam em ti como tua
propriedade.
Quinto Mandamento Não mates.
Sexto Mandamento. Não cometas
adultério.
Sétimo Mandamento. Não roubes.
Oitavo Mandamento. Não menosprezes
o valor de teu próximo falando falsidade a respeito dele.
Nono Mandamento. Não olhes com
inveja aquilo que teu próximo possui.
Décimo Mandamento. Não olhes com
inveja a esposa de teu próximo, nem seus empregados, nem os outros seres que
lhe propiciam prosperidade.
Perguntemo-nos agora: o que esses
Dez mandamentos realmente nos mostram? Veremos que eles evidenciam no todo, não
apenas na primeira parte, mas também na última parte, embora de uma forma
aparentemente oculta, que aquela potência que se anunciou a Moisés na sarça
ardente com as palavras, "Eu sou o Eu sou!"[5] – "Ehieh asher
Ehieh!" – para designar seu nome, doravante deve estar junto ao povo
judeu; e que na evolução de nossa Terra os outros povos não conseguiram
reconhecer aquele "Eu sou", a verdadeira base da quarta parte da
entidade humana, com a mesma intensidade, com a mesma clareza como o povo judeu
deve reconhecer isso. Aquele Deus que verteu uma gota de seu ser dentro do ser
humano, de modo que o quarto membro da entidade humana se tornasse o portador
dessa gota – o portador do Eu – aquele Deus tornou-se conhecido pela primeira
vez para seu povo por meio de Moisés. Então podemos afirmar que a maneira de
compreender os Dez Mandamentos fundamenta-se no seguinte. De fato, até aquela
época o Deus-Jeová trabalhou e atuou na evolução ascendente da humanidade. No
entanto, os seres espirituais atuam antes de poderem ser reconhecidos com
clareza. Aquilo que nos antigos povos pré-mosaicos (significando pré-Moisés)
era algo que atuava, algo que trabalhava; porém, como conceito, como ideia,
como força verdadeira que atua no interior da alma humana foi anunciado pela
primeira vez por Moisés a seu povo. Tratou-se, pois, de esclarecer esse povo
qual é o efeito abrangente de sentir-se um Eu, na medida como isso ocorreu no
povo judaico. Nesse povo a entidade Jeová deve ser vista como uma espécie de
ser de transição. Por um lado, Jeová é aquela entidade que verte a gota na
própria individualidade do ser humano. Ao mesmo tempo, porém, é o Deus de um povo.
De certo modo, cada judeu individualmente ainda se sentia vinculado ao Eu que
também viveu na encarnação de Abraão e que fluiu através de todo o povo judaico.
O povo judeu sentia-se unido ao Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó [6].
Tratava-se de uma época de transição. Isto deveria mudar somente com a
anunciação do cristianismo. Mas o que deve vir para a Terra por meio do Cristo
é profetizado pelas anunciações do Velho Testamento, especialmente pelo que
Moisés tem a dizer a seu povo. Vemos, assim, como lentamente a plena força do
reconhecimento do Eu verte para o povo judeu no decorrer daquela história
descrita no Velho Testamento. O povo judeu deveria ser levado à plena
consciência do efeito que tem sobre a vida inteira do ser humano, quando ele
não vive mais com uma certa inconsciência no que se refere ao Eu, mas quando
aprendeu a sentir o Eu dentro de si mesmo, a vivenciar o efeito do nome de Deus
"Eu sou o Eu sou!" no íntimo de sua alma.
Hoje em dia essas coisas são
vivenciadas de maneira abstrata. Quando hoje se fala do Eu e do que está
relacionado com ele, trata-se de meras palavras. Mas na época em que esse Eu
foi anunciado pela primeira vez ao povo judeu na forma do antigo Deus-Jeová
vivenciava-se esse Eu como o impacto de uma força que penetra no ser humano e
transforma toda a estrutura de seu corpo astral, de seu corpo etérico e de seu
corpo físico. Foi preciso dizer a esse povo: as condições de tua vida e de tua
saúde, eram diferentes quando o Eu ainda não vivia como conhecimento em tua
alma; antes as condições de doença e saúde para toda tua vida eram diferentes
do que serão agora. Por isso fez-se necessário dizer ao povo judaico quais eram
as novas condições nas quais se inseria, pelo fato de não mais dever elevar
simplesmente seu olhar para o céu, baixar simplesmente seu olhar para a terra,
quando falasse de deuses, mas que devia olhar para dentro da própria alma.
Olhar para dentro da alma de acordo com a verdade traz um modo de viver
correto, que se estende até a saúde. Certamente essa consciência está na base
dos Dez Mandamentos, enquanto uma compreensão incorreta daquilo que entrou na
alma humana como Eu resseca o corpo e a alma do ser humano, causa sua
destruição. Realmente basta proceder de forma meramente objetiva para se notar
quão pouco esses Dez Mandamentos devem ser apenas leis externas, que, de fato,
eles devem ser o que acaba de ser exposto: algo de extrema importância para a
saúde e bem-estar dos corpos astral, etérico e físico. Contudo, onde, hoje em
dia, leem-se livros de forma correta e precisa. Bastaria virar apenas algumas
páginas adiante para descobrir que numa outra interpretação dos Dez Mandamentos
foi dito ao povo judeu qual o efeito dos Dez Mandamentos sobre a pessoa como um
todo. Lá é dito: "Eu removo toda doença do teu meio; não haverá aborto nem
infertilidade em tua terra, e eu permitirei que o número de teus dias seja
pleno."
Isso significa o seguinte: quando
o Eu vive de tal forma a permear-se com a essência dos Dez Mandamentos, entre
outras coisas resultará que você não poderá morrer na flor de teus anos, do
contrário, pela compreensão correta do Eu algo pode fluir para dentro dos três
corpos, o corpo astral, o corpo etérico e o corpo físico, que permitirá que o
número de seus dias se torne completo, que você viva com boa saúde até atingir
idade avançada. Isto é dito de forma bem clara. No entanto, é necessário
penetrar bem profundamente nessas coisas. Aliás, os teólogos modernos não
conseguem fazê-lo com facilidade. Um pequeno livro popular[8], bastante
indicado para provocar irritação, porque pode ser adquirido por alguns
trocados, inclui em suas observações sobre os Dez Mandamentos a seguinte frase:
Pode-se notar facilmente que nos Dez Mandamentos estão dadas as leis humanas
mais básicas; na primeira metade os mandamentos relacionados com Deus e na
outra metade os mandamentos relacionados com as pessoas. Para não falhar, o
autor em questão diz que o quarto mandamento deveria estar incluído na primeira
metade, que diz respeito a Deus. Como esse senhor consegue atribuir quatro a
uma metade, e seis para outra metade é apenas um pequeno exemplo de como se
trabalha, nos dias atuais. Tudo o mais neste livro corresponde à interessante
equação: quatro é igual a seis (!).
Estamos tratando da explicação
dada ao povo judeu sobre a correta maneira de o Eu habitar os três corpos do
ser humano. Trata-se principalmente que é dito – e encontramos isso logo no
primeiro mandamento: Se você tornar-se consciente desse Eu como sendo uma
centelha da divindade, você será tal que em seu Eu você terá de vivenciar uma
centelha, uma emanação da divindade mais elevada, mais poderosa, que está
envolvida com a criação da Terra.
Recordemos o que pudemos dizer
sobre a história da evolução do ser humano. Dissemos que o corpo físico humano
surgiu na antiquíssima existência de Saturno. Deuses trabalharam sobre ele. No
Sol, então, foi acrescentado o corpo etérico. Como ambos os corpos foram
elaborados a seguir é novamente o trabalho de seres divino-espirituais. Depois
o corpo astral foi incorporado na Lua, tudo por obra de seres
espirituais-divinos. O que depois tornou o ser humano o homem como conhecemos
hoje foi a incorporação de seu Eu na Terra. Disso participou a divindade mais
elevada. No entanto, como o ser humano a partir de então não podia ter plena
consciência desse quarto membro de sua entidade, ele também não podia ter noção
da mais alta divindade, que ajudou a criá-lo e está presente nele. O ser humano
precisa dizer a si mesmo: divindades trabalharam sobre meu corpo físico, mas
elas são inferiores àquela divindade que agora me concedeu o Eu. O mesmo é
válido para os corpos etérico e astral. Desse modo tinha que ser dito ao povo
judeu, o primeiro a receber a mensagem profética do Eu: Tem consciência que os
povos ao teu redor adoram deuses que, nos estágios atuais de seu
desenvolvimento, podem participar da atividade do corpo astral, do corpo
etérico e do corpo físico. Contudo, eles não conseguem participar da atuação no
Eu. Esse Deus que atua no Eu em realidade sempre esteve presente; ele
anunciou-se por meio de sua atuação e criação. Seu nome, porém, ele te anuncia
agora.
Ao reconhecer os outros deuses o
ser humano não é um ser livre. Então ele é um ser que adora os deuses de seus
membros inferiores. Quando, entretanto, ele conscientemente reconhece o Deus do
qual carrega uma parte em seu Eu, então sim ele é um ser livre, que se coloca
diante de seu próximo como um ser livre. Hoje o ser humano não tem a mesma
relação com seu corpo astral, corpo etérico e corpo físico como tem com seu Eu.
Ele está dentro desse Eu. Entre aquilo com o qual o ser humano se confronta, o
Eu é o que diretamente está mais próximo dele. Ele só terá essa relação com seu
corpo astral quando o tiver transformado em Manas, ou personalidade espiritual, e com seu corpo etérico quando o estiver
transformado em Budhi, ou espírito vital, quando o tiver desenvolvido a
partir de seu Eu em algo
divino. Embora o Eu tenha sido o último a surgir, é nele que o ser
humano vive. Quando ele capta o Eu, ele o faz porque a divindade se coloca
diante dele em sua configuração imediata, em sua configuração intrínseca,
enquanto as formas de seu corpo astral, corpo etérico e corpo físico, que ele
possui atualmente, foram plasmadas por deuses que vieram antes.
Assim, ao contrário do povo
israelita, os povos de seu entorno adoravam aquelas divindades que tinham
atuado nos membros essenciais inferiores do ser humano. Quando se fazia uma
imagem dessas divindades inferiores, ela se parecia com a forma de algo que
havia na terra, ou no céu, ou entre céu e terra. Porque tudo que o ser humano
possui dentro de si está espalhado por toda natureza restante. Quando o ser
humano faz imagens a partir do reino mineral, elas somente podem
representar-lhe os deuses que trabalharam no corpo físico. Quando ele faz
imagens a partir do reino vegetal, elas somente podem representar-lhe as
divindades que atuaram no corpo etérico, porque o homem tem seu corpo etérico
em comum com o mundo vegetal. Imagens do mundo animal podem simbolizar-lhe
somente aquelas divindades que trabalharam em seu corpo astral. Mas aquilo que
faz do ser humano a coroa da criação terrestre é o que ele capta em seu Eu.
Nenhuma imagem externa consegue representar isso. Por esse motivo tinha que ser
enfatizado claramente e com toda contundência ao povo judeu: "Existe algo
dentro de ti que é uma emanação dos deuses mais elevados da atualidade. Isso
não pode ser simbolizado com uma imagem do reino mineral, vegetal ou animal,
por mais sublime que fosse. Todos os deuses servidos dessa maneira são deuses
inferiores ao Deus que vive em teu Eu. Se adorares esse Deus em ti, os outros
precisam recuar; então terás dentro de ti a verdadeira força saudável de teu
Eu."
Portanto, o que nos é dito logo no
primeiro dos Dez Mandamentos, está relacionado com os mistérios mais profundos do
desenvolvimento da humanidade: "Eu sou o aspecto divino eterno que
experimentas em ti mesmo. Eu te conduzi para fora da terra do Egito onde não
podias seguir-Me em ti."
Moisés, seguindo a instrução de
Jeová, conduziu seu povo para fora do Egito. Para tornar isto mais claro
indica-se particularmente o fato de que Jeová queria fazer de seu povo um povo
de sacerdotes. Nos outros povos aqueles que eram as pessoas livres em
comparação com o povo eram os sacerdotes iniciados. Estes eram as pessoas
livres, que sabiam do grande mistério do Eu, que também conheciam o Deus-Eu do
qual não existe qualquer imagem. Assim, nessas nações estavam frente a frente
esses poucos sacerdotes iniciados conscientes do Eu, e a grande massa de
pessoas sem liberdade que, por assim dizer, apenas podia ouvir o que os
sacerdotes iniciados deixavam emanar a partir dos Mistérios sob a mais rígida
autoridade. Não era o indivíduo singular do povo que tinha essa relação direta,
mas os sacerdotes iniciados tinham-na intermediado para cada um deles. Por
isso, todo o bem-estar, toda a prosperidade dependiam desses sacerdotes
iniciados; a saúde e a prosperidade dependiam de como eles estabeleciam as
instituições, organizavam tudo.
Eu teria que lhes contar muitas
coisas se eu quisesse descrever o significado mais profundo do sono no templo
dos egípcios e seu efeito sobre a saúde do povo, se eu quisesse descrever o que
emanava de um culto como estes, como por exemplo o culto de Apis, na simples
forma de remédios populares para a saúde. O curso e a direção de tal povo
levava em consideração que sob a condução dos iniciados os fluidos necessários
à saúde viessem destes centros de cultos. Isto agora precisava mudar. Os judeus
deveriam tornar-se uma nação de sacerdotes. Cada um deveria sentir uma centelha
desse Deus Jeová dentro de si e manter uma relação direta com ele. O
sacerdote-sábio não devia mais ser o único mediador. Por esse motivo o povo
tinha de receber instruções nesse sentido. Era preciso chamar a atenção ao fato
que as falsas imagens, ou seja, as imagens mais baixas do Deus mais elevado,
também têm um efeito nefasto para a saúde. Com isso abordamos um assunto que os
homens da atualidade não conseguem conscientizar-se facilmente. Nesse contexto
cometem-se terríveis faltas nos dias de hoje.
Somente quem consegue penetrar na
ciência espiritual sabe de que maneira misteriosa se desenvolvem saúde e
doença. Quando os senhores andam pelas ruas de uma cidade e lhes são levadas
para diante da alma as coisas horrorosas exibidas em vitrines e anúncios, isso
tem um efeito devastador. A ciência materialista não tem noção alguma de
quantas causas de doença se encontram nesses horrores. Procuram-se os agentes
patológicos simplesmente nos bacilos, e não se percebe como saúde e doença são
levadas ao corpo pelo desvio da alma. Nesse contexto, somente pessoas
familiarizadas com a ciência espiritual sabem o que significa um ser humano
absorver estas ou aquelas representações sob forma de imagem.
Acima de tudo, o primeiro dos
mandamentos diz que, a partir de então, o ser humano precisa ser capaz de fazer
uma representação mental de que, além de tudo aquilo que pode ser expresso
mentalmente por meios de uma imagem, ainda pode haver um impulso desprovido de
imagem, que nesse ponto do Eu limita-se com o suprassensível. "Sente esse
Eu vigorosamente dentro de ti, sente-o de tal maneira que nesse Eu algo divino,
mais elevado que qualquer coisa que podes representar por uma imagem, tece e
ondula permeando-te. Então, terás nesse sentimento uma força de saúde, que
tornará teu corpo físico, teu corpo etérico e teu corpo astral saudáveis."
Deveria ser transmitido ao povo judeu um forte impulso do Eu, que tem efeito
sanativo. Se esse Eu for corretamente reconhecido, os corpos astral, etérico e
físico serão bem formados, e isso gera uma forte força vital e uma vigorosa
força de saúde, a qual, partindo de cada indivíduo transmite-se ao povo
inteiro. Como se considerava que um povo contasse mil gerações, o Deus Jeová formulou
que, pela correta impregnação do Eu, o próprio ser humano torna-se uma fonte
que irradia saúde, de modo que o povo inteiro será um povo saudável ‘até a
milésima geração’, como é expresso. Se, entretanto, o Eu não for entendido de
forma correta, o corpo resseca, torna-se fraco e doente. Caso o pai não coloca
de maneira correta a essência do Eu em sua alma, seu corpo se torna fraco e
doente, lentamente o Eu se retrai; o filho ficará mais doente, o neto mais
doente ainda e finalmente temos apenas um envoltório do qual o Deus-Jeová se
retirou. Aquilo que não permite que o impulso do Eu se manifeste, gradualmente
leva o corpo a ressecar até o quarto membro [da sequência de gerações].
Vemos, portanto, que é a atuação
correta do Eu que é colocada diante do povo de Moisés no primeiro dos Dez
Mandamentos: "Eu sou o aspecto divino eterno que experimentas em ti mesmo.
Eu te conduzi para fora da terra do Egito onde não podias seguir-Me em ti. De
agora em diante não deverás colocar outros deuses acima de “Mim”. Não deverás
reconhecer como deuses mais elevados aquilo que te mostra uma imagem de
qualquer coisa que apareça em cima nos céus, que atue a partir da terra, ou
entre o céu e a terra. Não deves adorar o que disso tudo se encontra abaixo do
que há de divino em ti. Pois Eu sou o eterno em ti, que atua no corpo e
consequentemente nas gerações vindouras. Eu sou um elemento divino que se
perpetua – e não: ‘Eu sou um Deus zeloso", pois isto aqui nada significa.
Se não “Me” reconheces em ti, desaparecerei como tua natureza divina em teus
filhos, netos e bisnetos, e o corpo deles tornar-se-á ermo. Se Me reconheces em
ti, continuarei vivendo como sendo tu, até a milésima geração, e os corpos de
teu povo irão prosperar."
Vemos que não se faz referência a
algo meramente abstrato, mas a algo de atuação viva, que deve atuar até na
saúde do povo. O processo de saúde exterior deriva do elemento espiritual
inserido no mesmo, e que paulatinamente é anunciado à humanidade. Aponta-se
para isso particularmente no segundo mandamento, onde é dito expressamente:
"Não cries representações mentais falsas de meu nome, daquilo que vive em
ti como Eu; pois uma representação correta te tornará saudável e cheio de
vitalidade, e será tua ventura, enquanto uma representação errada fará teu
corpo tornar-se ermo!" Assim. cada membro do povo mosaico era orientado
para que sempre que o nome de Deus fosse mencionado, ele deveria considerar
como uma advertência: devo reconhecer o nome daquilo que entrou em mim, da
maneira como vive em mim, pois isso é um estímulo para a saúde.
"Não deverás falar em vão de
Mim em ti, pois tudo que for falso concernente ao Eu em ti corromperá teu
corpo."
E no terceiro mandamento a
referência séria e nítida de como o ser humano, quando é um Eu atuante,
criativo, é um verdadeiro microcosmo, e assim como o Deus-Jeová criou durante
seis dias e descansou no sétimo, apresentando assim a imagem primordial, o ser
humano deve seguir esta última em seu criar. No terceiro mandamento indica-se
isso expressamente: Tu, homem, por teres um Eu verdadeiro, também deves ser uma
imagem de teu mais elevado Deus, e em seus feitos atuar assim como teu Deus.
Trata-se, portanto, de uma exortação para tornar-se cada vez mais parecido com
o Deus que se revelou a Moisés na sarça ardente.
"Deves distinguir dia de
trabalho de dia de descanso, de forma que tua existência possa tornar-se uma
imagem de Minha existência. Pois aquilo que vive como Eu em ti criou o mundo em
seis dias e viveu dentro de si mesmo no sétimo dia. Portanto, teus afazeres e
os afazeres de teu filho e os afazeres de tua filha e os afazeres de teus
empregados e os afazeres de teus animais e de qualquer outra coisa que esteja
contigo, devem estar voltados para o exterior apenas durante seis dias; no
sétimo dia, entretanto, tua contemplação deve Me procurar em ti."
Agora a obra dos Dez Mandamentos
passa cada vez mais ao detalhe. Mas como pano de fundo está sempre o pensamento
de que a força que age continuamente atua como Jeová. No quarto mandamento o
ser humano é conduzido para fora das relações com o âmbito suprassensível para
o âmbito sensível exterior. Aponta-se para algo muito importante nesse quarto
mandamento, que precisa ser entendido. Lá, onde o ser humano aparece como um Eu
autoconsciente, aquele penetra de tal maneira na existência que necessita de
meios exteriores para colocar essa existência na criação. Ele desenvolve aquilo que se
chama propriedade individual e possessão. Se voltássemos ao tempo do
Antigo Egito, ainda não encontraríamos essa propriedade individual na grande
massa do povo. Descobriríamos que aqueles que têm de decidir sobre propriedade
também são os sacerdotes iniciados. Mas agora, quando cada pessoa deve
desenvolver um Eu individual, ela se encontra diante da necessidade de
interferir no exterior, de possuir algo ao seu redor, para apresentar seu Eu no
mundo exterior. Por esta razão é declarado no quarto mandamento que aquele que
permite ao Eu individual atuar em si adquire propriedades, mas essas
propriedades permanecem ligadas à força do Eu, que continua vivendo no povo
judeu, e que deve perpetuar-se de pai para filho e neto; e que a propriedade
pertencente ao pai não estaria sob a vigorosa força do Eu, se o filho não
levasse adiante a obra de seu pai com a força recebida do mesmo. Por isso é
dito: Permite ao Eu tornar-se tão forte em ti, que ele continue atuando, e que
o filho possa receber, junto com os meios que ele herda de seu pai, também os
meios de se integrar no mundo circundante exterior.
É dessa forma consciente que foi
dada ao povo de Moisés a mentalidade da conservação de propriedade. Também as
leis seguintes se fundamentam certamente na consciência de que há forças
ocultas por trás de tudo o que acontece no mundo. Enquanto hoje em dia
considera-se o direito da herança de forma exterior e abstrata, aqueles que
entendiam corretamente o quarto mandamento tinham consciência que forças
espirituais se propagam, junto com a propriedade, de geração a geração, e
continuam vivendo de uma geração a outra; que elas engrandecem o poder do Eu, e
que desse modo aflui algo para a força do Eu de cada individualidade singular,
que lhe é aduzido a partir da força do Eu do pai. O quarto mandamento é
traduzido normalmente da maneira mais grotesca possível; o seu sentido é o
seguinte: Deve-se desenvolver em ti a vigorosa força do Eu que continua vivendo
depois de ti, e esta deve ser passada adiante ao filho, para que algo se
acrescente à sua força do Eu, que possa continuar atuando nele como a
propriedade de seus ancestrais.
"Continua a atuar no mesmo
sentido de teu pai e mãe, para que as propriedades que eles conseguiram pelo
poder que Eu desenvolvi neles permaneçam em ti como tua propriedade."
Além disso, o que fundamenta todas
as outras leis é que a força do Eu do ser humano é aumentada pela aplicação
apropriada do impulso do Eu, mas ela é destruída pelo seu uso indevido. O
quinto mandamento diz algo que somente consegue ser compreendido em seu sentido
correto por meio da ciência espiritual. Tudo que se relaciona com o ato de
matar, com o extermínio de vida alheia, enfraquece a força do Eu autoconsciente
do ser humano. Desse modo consegue-se aumentar as forças da magia negra no ser
humano; mas então, excluindo a força do Eu aumentam-se as forças astrais do ser
humano. O que existe de divino no ser humano é aniquilado toda vez que se mata.
Por isso essa lei não faz alusão somente a algo abstrato, mas também a algo
pelo qual aflui ao ser humano uma força oculta para seu impulso do Eu, quando
ele eleva a vida, faz vida florescer, quando ele não destrói vida. Isso é colocado
como ideal para a elevação da força do eu individual, e o mesmo é exigido no
sexto e sétimo mandamento, apenas com menos ênfase, considerando outros âmbitos
da vida.
Pelo casamento cria-se um centro
para a força do Eu. Quem destruir o casamento, será enfraquecido, portanto,
naquilo que deve afluir à força do Eu. Da mesma forma aquele que quer tirar
algo da força do Eu do outro, e em tirando, roubando, e assim por diante, quer
adquirir propriedades, enfraquecerá sua força do Eu. Aqui também encontramos
como fundamento o pensamento condutor de que o Eu não deve enfraquecer-se.
Agora, é indicado nos últimos três
mandamentos como o ser humano enfraquece a força de seu Eu pela direção errada
de seus desejos. A vida dos desejos tem um grande significado para a força do
Eu. O amor aumenta a força do Eu; a inveja e o ódio ressecam-na. Portanto,
quando o ser humano odeia seu próximo, quando o desvaloriza falando algo falso
a seu respeito, ele enfraquece assim a força do Eu; ele diminui a saúde e a
força vital de tudo o que o cerca. O mesmo ocorre quando ele cobiça as
propriedades de outrem. Já o desejo pelos pertences do próximo torna a força do
seu Eu fraca. Vale o mesmo, para o décimo mandamento, quando o ser humano olha
com inveja para a maneira como o outro busca seu progresso, e não se esforça em
sentir amor pelo outro, expandindo assim sua alma e permitindo que brote a
força de seu Eu. Somente quando entendemos dessa forma o poder especial do
Deus-Jeová e focalizamos a maneira de sua revelação diante de Moisés, é que
podemos compreender o que deve fluir agora para o povo como uma consciência
especial. A base de tudo é o fato de que não são dadas leis abstratas, mas
prescrições sadias para o corpo, a alma e o espírito, sanativas no sentido mais
abrangente. Quem seguir esses mandamentos não de forma abstrata, mas de forma
viva, influencia todo o bem-estar e todo o progresso da vida. Naquele tempo
isso nem podia ser revelado de outra maneira, senão por meio de preceitos de
como os mandamentos deveriam ser seguidos. Pois em relação ao povo judeu os
outros povos viviam de forma completamente diferente; eles não necessitavam de
leis como estas, com esse sentido.
Se nossos eruditos de hoje pegam
os Dez Mandamentos, traduzem-nos pelo dicionário e os comparam com as outras
leis, como por exemplo com a lei de Hamurabi, isso significa apenas que eles
não têm qualquer noção do impulso, que é o importante. Não é o "Não roubes!"
ou "Deves guardar este ou aquele feriado!" que importa, mas o
espírito que permeia esses Dez Mandamentos, e como esse espírito está
relacionado com o espírito desse povo, a partir do qual o Cristianismo foi
criado. Para realmente entender os Dez Mandamentos seria necessário compreender
os sentimentos que se poderia vivenciar e sentir com o fato de cada indivíduo
desse povo adquirir autonomia e tornar-se sacerdote. Hoje ainda nem chegou o
tempo de sentir isso tão concretamente, como os membros daquele povo
conseguiram vivenciar. Por isso, nos dias de hoje introduz-se nas traduções
qualquer coisa que esteja escrita no dicionário, mas não aquilo que corresponde
ao espírito do assunto. Pois sempre consegue-se ler que o povo de Moisés
originou-se de um povo beduíno, e consequentemente não lhes podiam ser dadas as
mesmas leis de um povo engajado em agricultura. Por isso – concluem os eruditos
– os Dez Mandamentos devem ter sido dados mais tarde e posteriormente foram
datados para um tempo anterior. Se os Dez Mandamentos fossem o que esses
senhores compreendem como tal, eles estariam corretos. Mas eles não os
compreendem. Certamente, antes os judeus foram uma espécie de povo beduíno. Mas
esses mandamentos lhe foram dados justamente para que o povo fosse em direção a
uma era totalmente nova, sob o impulso da força do Eu. Esta é justamente a
melhor prova de que povos se constituem a partir do espírito. É quase
impossível haver um preconceito mais forte do que dizer: sim, durante o tempo
de Moisés o povo judeu ainda era um povo beduíno errante; que sentido faria
então dar a esse povo os Dez Mandamentos? – Havia um sentido dar ao povo judeu
essas leis, justamente para que o impulso do Eu pudesse ser impresso no povo
com toda força. Ele os recebeu porque por meio desses mandamentos ele deveria
dar uma forma completamente nova à sua vida exterior, porque a partir do
espírito deveria ser criada uma vida completamente nova.
Desse modo, de fato, os Dez
Mandamentos continuaram atuando, e nesse sentido os participantes da primeira
época do cristianismo, plenos de compreensão, falavam da Leis de Moisés. Por isso eles acham que o
impulso do Eu fica diferente pelo Mistério do Gólgota, comparado ao que era no
tempo de Moisés. Eles diziam a si mesmos: o impulso do Eu foi permeado pela
obra dos Dez Mandamentos; o povo fortalecia-se quando os seguia. Agora existe
algo mais. Agora existe a figura na qual se fundamenta o Mistério do Gólgota.
Agora o Eu pode contemplar aquilo que atravessou os tempos de maneira tão
oculta, ele pode olhar para o que de mais grandioso ele pode alcançar, que o
torna forte e vigoroso pela imitação daquele que sofreu no Gólgota e é o maior
exemplo do ser humano em desenvolvimento para o futuro. Desse modo, para
aqueles que realmente compreenderam o Cristianismo, o Cristo tomou o lugar
daqueles impulsos que atuaram como uma preparação no Velho Testamento.
Vemos assim que, de fato, existe
uma interpretação mais profunda dos Dez Mandamentos.
NOTAS
[1] "Bíblia e Sabedoria
(Antigo e Novo Testamento)", palestras de 12 e 14/11/1908 em Berlim,
publicadas em Wo und wie findet man den Geist? [Onde e como é possível
encontrar o espírito?], GA 57.
[2] Ver a palestra "Bíblia e
Sabedoria" de 12/11/1908, citada acima.
[3] Primeiro Livro de Moisés, 2:4,
na tradução de Rudolf Steiner. Comparar com a palestra citada "Bíblia e
Sabedoria".
[4] Primeiro Livro de Moisés, 5:1.
[5] Segundo Livro de Moisés, 3:14.
[6] Segundo Livro de Moisés, 3:6.
[7] Segundo Livro de Moisés,
23:25-26.
[8] Provavelmente Rudolf Steiner
faz referência à brochura que havia em sua biblioteca: Wulff-Parchim, L.
Dekalog und Vaterunser [O Decálogo e o Pai-Nosso], Parchim, 1907. O trecho
citado não se encontra dessa forma nesse livrinho.